Exportar este item: EndNote BibTex

Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/1253
Tipo do documento: Dissertação
Título: Eu, tu, elas: os atravessamentos dos discursos de gênero na medicalização do sofrimento psíquico de mulheres.
Autor: Lima, Elaine Aparecida de 
Primeiro orientador: Amazonas, Maria Cristina Lopes de Almeida
Primeiro membro da banca: Walckoff, Simone Dalla Barba
Segundo membro da banca: Lourenço, Gilclécia Oliveira
Resumo: Os estudos sobre a medicalização do sofrimento psíquico sob o recorte de gênero tornam-se urgentes quando temos alguns discursos dominantes sobre gênero que colocam as mulheres frequentemente em posição de maior subordinação. Além disso, tais discursos cristalizam os modos de subjetivação das mulheres, fazendo com que parte de suas histórias seja perpassada por um tipo de violência sutilmente disseminado através de vários dispositivos e tecnologias sociais, por vezes legitimados pelo discurso médico. Propusemos nesse trabalho, problematizar os atravessamentos dos discursos de gênero na medicalização do sofrimento psíquico de mulheres que fazem uso de benzodiazepínicos (BZD). A pesquisa teve delineamento qualitativo, e foram feitas entrevistas narrativas com nove mulheres entre setembro e outubro de 2018. A pergunta disparadora da entrevista foi: “O que te levou a fazer uso do BZD?”. A leitura das narrativas foi baseada na análise dos enunciados com inspiração foucaultiana. Foi percebido nas narrativas produzidas pelas participantes o quanto a prática de alguns profissionais da saúde ainda é muito permeada por um olhar biologizante, individualista e universalizante. A complexidade histórica é, frequentemente, deixada de lado em favorecimento de diagnósticos objetivos e supostamente neutros e prescrições medicamentosas; os profissionais acabam por assumir um discurso disciplinador e docilizador dos modos de subjetivação de mulheres. Também foi possível perceber as tensões presentes nas mulheres, entre movimentos de resistência e de assujeitamento à medicalização, bem como forças de reiteração e de ruptura por parte de alguns profissionais da saúde; um jogo de poderes que nos revelou o quanto somos todos restringidos por uma série de normas regulatórias, mas também potencialmente subversivos. É nessa posição de subversão que encontramos espaço para propor uma forma mais ampliada e complexificada de compreender o sofrimento psíquico que abarque a rede de saber/poder que modela os sujeitos e, deste modo, tecer uma clínica que acolha tais mulheres e seus sofrimentos psíquicos com comprometimento ético, estético e político.
Abstract: Studies about the medicalization of psychological distress under the gender perspective become urgent when we have some dominant discourses on gender that often place women in a position of greater subordination. Moreover, such discourses crystallize women's modes of subjectivation, causing part of their stories to be permeated by a kind of violence subtly disseminated through various social devices and technologies, sometimes legitimized by medical discourse. We propose in this work to problematize the intersections of gender discourses in the medicalization of the psychological distress of women who use benzodiazepines (BZD). The research had a qualitative design, and narrative interviews were conducted with nine women between September and October 2018. The triggering question of the interview was: "What led you to use BZD?". The reading of the narratives was based on the analysis of foucaultian-inspired statements. It was perceived in the narratives produced by the participants that the practice of some health professionals is still very permeated by a biologizing, individualistic and universalizing look. Historical complexity is often overlooked in favor of objective and supposedly neutral diagnoses and drug prescriptions; The professionals end up assuming a disciplining and docilizing discourse on the modes of subjectivation of women. It was also possible to perceive the tensions present in women, between movements of resistance and subjection to medicalization, as well as forces of reiteration and rupture by some health professionals; a power play that has revealed to us how much we are all constrained by a range of regulatory but also potentially subversive rules. It is in this position of subversion that we find room to propose a broader and more complex way of understanding the psychological distress that encompasses the knowledge / power network that shapes the subjects and, thus, weaving a clinic that welcomes such women and their psychological distresses with ethical, aesthetic and political commitment.
Palavras-chave: Dissertações
Psicologia clínica
Lesbianismo - Aspectos psicológicos
Identidade de gênero
Sofrimento - Aspectos psíquicos
Dissertations
Clinical psychology
Lesbianism - Psychological aspects
Gender identity
Suffering - Psychic aspects
Área(s) do CNPq: CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Católica de Pernambuco
Sigla da instituição: UNICAP
Departamento: Departamento de Pós-Graduação
Programa: Mestrado em Psicologia Clínica
Citação: LIMA, Elaine Aparecida de. Eu, tu, elas: os atravessamentos dos discursos de gênero na medicalização do sofrimento psíquico de mulheres. 2019. 110 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Católica de Pernambuco, Pró-Reitoria Acadêmica. Coordenação Geral de Pós-graduação. Mestrado em Psicologia Clínica, 2019.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Endereço da licença: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/
URI: http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/1253
Data de defesa: 13-Dez-2019
Aparece nas coleções:Psicologia Clinica

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Ok_elaine_aparecida_lima.pdfDissertação na íntegra895,57 kBAdobe PDFBaixar/Abrir Pré-Visualizar


Este item está licenciada sob uma Licença Creative Commons Creative Commons