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Tipo do documento: Tese
Título: Educação decolonial indígena: um estudo em ecolinguística.
Autor: Alves, Vera Lúcia Santos 
Primeiro orientador: Acioli, Moab Duarte
Primeiro membro da banca: Henz, Rossana Regina Guimarães Ramos
Segundo membro da banca: Moraes, Antonio Henrique Coutelo de
Terceiro membro da banca: Nascimento, Juscelino Francisco do
Quarto membro da banca: Araújo, Gilberto Paulino de
Resumo: O conceito de decolonialidade vem ganhando força nos estudos acadêmicos de todo o mundo. Pesquisadores passam a falar de novas formas de abordagem da história, dos processos de colonização, das formações de povos sob o olhar dos chamados “subalternos” historicamente. São temas que, ao longo de séculos, estiveram sob a tutela de grupos hegemônicos, que nortearam, sobretudo, a educação. Na América Latina, essa temática vem tomando forma construtiva de uma nova visão sobre as formações culturais, as representatividades étnicoraciais, considerando a imensa diversidade que compõe seus povos. E essa é, também, a realidade brasileira. A formação do povo brasileiro, tão amplamente abordada por grandes nomes da nossa literatura, faz-se pauta profunda e necessária para atuarmos em nossos estudos. Os povos indígenas, matriz oficial dessa formação, contribuíram e continuam contribuindo no processo formativo de gerações inteiras de brasileiros. Desde a relação com a natureza, à fé nos encantados, são esses povos de diversas etnias (potencializadores da relação do homem com o meio em que vive, com a terra, com o outro que já lhe era comum e com o outro, vindo da europa no processo de colonização) que nos inspiram a pensar a respeito da forma como a educação pode ser libertária, contundente no aspecto identitário e definitiva no sentido de sobrevivência e mobilidade social. E está exatamente nesses aspectos relacionais do homem com a linguagem, com seu meio ambiente e com o outro o nosso foco de análise e busca de respostas para as inquietações que norteiam a construção desta tese. Objetivamos, nesta pesquisa, buscar traços epistemológicos comuns entre a educação decolonial indígena e a Ecolinguística, área de recente abordagem no Brasil, praticada pela ‘Escola Ecolinguística de Brasília’. Utilizamos, inicialmente, a metodologia da abordagem de cunho exploratório, qualitativo-indutiva, de caráter bibliográfico, mapeando e discutindo, sob a perspectiva da Linguística Ecossistêmica, as produções acadêmicas no campo de conhecimento sobre educação indígena decolonial no Brasil, a fim de chegarmos ao objetivo final desta pesquisa. Assim, o corpus foi analisado sob a perspectiva da teoria-metodológica da Análise do Discurso Ecológica (ADE), também chamada de Linguística Ecossistêmica Crítica, ramo brasileiro da Ecolinguística que vem se desenvolvendo no eixo Brasília-Goiânia. Para tanto, utilizamos as seguintes categorias da ADE: os elementos da Ecologia Fundamental da Língua (Povo-Língua -Território), a Endoecologia, a Exoecologia e a Rede de Interações Orgânicas (RIO) , visto que, baseados nos estudos de Couto (2007), reiteramos que a diversidade do ambiente social é o locus de fortalecimento identitário proposto na Linguística Ecossistêmica Crítica. A primeira parte do corpus é formada por Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs) de professores indígenas, a segunda parte é composta por livros paradidáticos produzidos por alunos e docentes nas escolas aldeadas de diversas etnias pernambucanas e a terceira diz respeito a produções acadêmicas brasileiras que abordam a educação decolonial indígena. Isso nos levou a refletir a respeito do importante papel da Ecolinguística na prática educacional intercultural que se tem realizado nessas instituições de ensino . Considerando estudos realizados pelo grupo Modernidade/ Colonialidade - outra base teórica deste trabalho-, observamos que a fundamentação da educação intercultural indígena, suas interações sociais, que muito interessa à ADE, apontam a uma forte relação epistemológica entre a Ecolinguística e a prática educativa decolonial desses povos tradicionais no Brasil.
Abstract: The concept of decoloniality has been gaining strength in academic studies around the world. Researchers start to talking about new ways of approaching history, of the colonization processes, of the formations of peoples under the eyes of the so-called “subalterns” historically. These are themes that, for centuries, were under the tutelage of hegemonic groups, which 000guided, above all, the education. In Latin America, this theme has been taking the constructive form of a new vision of cultural formations, ethnic-racial representations, considering the immense diversity that makes up its peoples. And this is also the Brazilian reality. The formation of the Brazilian people, so widely addressed by great names in our literature, is a deep and necessary agenda for us to act in our studies. The indigenous peoples, official matrix of this formation, contributed and continue to contribute in the formation process of entire generations of Brazilians. Since the relationship with nature, to faith in the enchanted, are these peoples from different ethnic groups (enhancers of man's relationship with the environment in which he lives, with the land, with the other that was already common to him and with the other, coming from Europe in the colonization process) that inspire us to think about how education can be libertarian, blunt in the identity aspect and definitive in the sense of survival and social mobility. And it is exactly in these relational aspects of man with language, with his environment and with the other our focus of analysis and search for answers to the concerns that guide the construction of this thesis. We aim, in this research, to seek common epistemological traits between indigenous decolonial education and Ecolinguistics, an area of recent approach in Brazil, practiced by the 'Escola Ecolinguística de Brasília'. Inicially, we used the metodology of the exploratory, qualitative-inductive, bibliographic approach, mapping and discussing, from de pespective of Ecosystem Linguistics, the academic productions in the field of knowledge about decolonial indigenous education in Brasil, in order to reach the final goal of this research. Thus, the corpus was analised under the perspective of the methodology-theory of the Ecological Analysis of Discourse (ADE), also known as Critical Ecosystem Linguistics, a brasilian branch of Ecolinguistics that has been developing in the Brasília-Goiana axis. Therefore, we use the following ADE categories: the Fundamental Elements of Language (People-Language-Territory), the Endoecology, the Exoecology and the Organic Interactions Network (Rede de Interações Organnicas – RIO) since, based on studies by Couto (2007), we reiterate that the diversity of the social environment is the locus of identity strengthening proposed in Critical Ecosystem Lingustics. The first part of the corpus consists of Course Conclusion Papers (Trabalhos de Conclusão de Curso-TCCs) of indigenous teachers, the second part is composed of educational books produced by students and teachers in schools living in villages from different ethnic groups in Pernambuco and the third concerns Brazilian academic productions that address indigenous decolonial education. This led us to reflect on the important role of Ecolinguistics in the intercultural educational practice that has taken place in these teaching institutions. Considering studies carried out by the Modernity/Coloniality group - another theoretical basis of this work-, we observe that the foundation of indigenous intercultural education, their social interactions, which is of great interest to ADE, point to a strong epistemological relationship between Ecolinguistics and the decolonial practice of these traditional peoples in Brazil.
El concepto de decolonialidad ha ido ganando terreno en los estudios académicos de todo el mundo. Los investigadores comienzan a hablar de nuevas formas de abordar la historia, los procesos de colonización, las formaciones de los pueblos bajo la mirada de los llamados "subordinados" históricamente. Se trata de temas que, durante siglos, han estado bajo la tutela de grupos hegemónicos, que han liderado principalmente la educación. En América Latina, este tema ha ido tomando una forma constructiva de una nueva visión sobre las formaciones culturales, las representaciones étnico-raciales, considerando la inmensa diversidad que conforma a sus pueblos. Y esta es también la realidad brasileña. La formación del pueblo brasileño, tan ampliamente abordada por grandes nombres de nuestra literatura, es una agenda profunda y necesaria para que trabajemos en nuestros estudios. Los pueblos indígenas, matriz oficial de esta formación, contribuyeron y siguen contribuyendo al proceso formativo de generaciones enteras de brasileños. Desde la relación con la naturaleza, hasta la fe en los encantados, estos pueblos de diferentes etnias (potenciando la relación del hombre con el entorno en el que vive, con la tierra, con la otra que ya le era común y con la otra, procedente de Europa en proceso de colonización) que nos inspiran a pensar sobre cómo la educación puede ser libertaria, llamativa en el aspecto identiario y definitiva en el sentido de supervivencia y movilidad social. Y es exactamente en estos aspectos relacionales del hombre con el lenguaje, con su entorno y con el otro nuestro foco de análisis y búsqueda de respuestas a las inquietudes que guían la construcción de esta tesis. En esta investigación, nuestro objetivo es buscar rasgos epistemológicos comunes entre la educación decolonial indígena y la ecolingüística, área de enfoque reciente en Brasil, practicada por la 'Escola Ecolinguistics de Brasília'. Inicialmente se utilizó la metodología del enfoque exploratorio, cualitativo-inductivo, bibliográfico mapear y discutir, desde la perspectiva de la Lingüística de Ecosistemas, rama de la Ecolingüística que se ha venido desarrollando en el eje Brasilia-Goiânia, las producciones académicas en el campo del conocimiento sobre la educación indígena decolonial en Brasil, con el fin de alcanzar el objetivo final de esta investigación. Para ello, utilizamos las siguientes categorías de la EDA: los elementos de la Ecología Fundamental del lenguaje (Pueblo-Lengua-Territorio), Endoecología, , Exoecología y la Red de Interacciones Orgánicas (RIO), ya que, en base a los estudios de Couto (2007), reiteramos que la diversidad del entorno social es el lugar de fortalecimiento de la identidad propuesto en la Lingüística Crítica de Ecosistemas. La primera parte del corpus consiste en Documentos de Finalización de Cursos (TCT) de maestros indígenas, la segunda parte se compone de libros paradidacticos producidos por estudiantes y maestros en las escuelas de las aldeas de varios grupos étnicos de Pernambuco. y el tercero se refiere a las producciones académicas brasileñas que abordan la educación indígena decolonial. Esto nos llevó a reflexionar sobre el importante papel de la Ecolingüística en la práctica educativa intercultural que se ha llevado a cabo en estas instituciones educativas. Considerando estudios realizados por el Grupo Modernidad / Colonialidad -otra base teórica de este trabajo-, observamos que los fundamentos de la educación intercultural indígena, sus interacciones sociales, que es muy interesante para la ADE, apuntan a una fuerte relación epistemológico entre la Ecolingüística y la práctica educativa decolonial de estos pueblos tradicionales en Brasil.
Palavras-chave: Teses
Educação intercultural
Análise do discurso
Índios - Educação - Brasil
Indígenas - Usos e costumes
Theses
Intercultural education
Speech analysis
Indians - Education - Brazil
Indigenous - Uses and customs
Área(s) do CNPq: LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::ARTES
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Católica de Pernambuco
Sigla da instituição: UNICAP
Departamento: Departamento de Pós-Graduação
Programa: Doutorado em Ciências da Linguagem
Citação: ALVES, Vera Lúcia Santos. Educação decolonial indígena : um estudo em ecolinguística. 2023. 212 f. Tese (Doutorado) - Universidade Católica de Pernambuco. Programa de Pós-graduação em Ciências da liguagem. Doutorado em Ciências da linguagem, Recife 2022.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/1731
Data de defesa: 5-Abr-2022
Aparece nas coleções:Ciencias da Linguagem

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