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Tipo do documento: Tese
Título: A formação da democracia moderna: a contribuição das ideias religiosas dos puritanos no século XVII.
Autor: Correia, Fábio José Barbosa
Primeiro orientador: Souza, José Tadeu Batista de
Primeiro membro da banca: Marques, Luiz Carlos Luz
Segundo membro da banca: Correia Junior, João Luiz
Terceiro membro da banca: Nunes, Marcos Roberto
Quarto membro da banca: Souza, José Roberto de
Resumo: A partir do século XX, os principais regimes declaradamente antidemocráticos sucumbiram. O comunismo, o fascismo e o nazismo foram considerados totalmente deploráveis, por conta das atrocidades que cometeram; devidamente documentadas pela história. Uma onda democrática, então, varreu o mundo ocidental, principalmente. Ao que tudo indica, a escolha pela democracia foi ratificada. É certo que a própria democracia não é um regime perfeito. Porém, nenhuma alternativa melhor tem sido apresentada. Então, a opção tem sido fazer os ajustes necessários no próprio ambiente democrático. Apesar disso, estima-se que pelo menos metade da população mundial jamais a experimentou e vive sob regimes que variam entre o nacionalismo fanático e o fundamentalismo religioso, além de saldos de totalitarismos. A democracia não é um regime naturalmente dado. Via de regra, ela precisa ser conquistada a partir da ânsia pela liberdade. Embora o estabelecimento de sua origem não seja um consenso, geralmente, aceita-se que sua primeira versão tenha surgido na Grécia antiga, por volta do século V a.C. Seu aspecto basilar reside no fato de que a soberania deve emanar do povo e por ele deve ser exercida diretamente. Todos devem governar todos. Com a explosão demográfica e o consequente crescimento das cidades, essa primeira versão se tornou inviável, visto que a atividade de governar requer dedicação quase exclusiva e com o surgimento do Estado Moderno novas demandas necessitariam do empenho do povo em outras áreas. A partir de então, gradativamente, a ideia de democracia vai sendo abandonada, sendo retomado um novo ciclo de monarquias, absolutismos e despotismos; até que, finalmente, desaparecera completamente. Com o advento da Reforma Protestante, uma espécie de realidade paralela surge: o povo volta a exercer a soberania, elegendo os líderes de suas igrejas. A democracia representativa estava, então, sendo gestada na mente desses cristãos. A transição para um regime secular de governo ocorre, inicialmente, na Inglaterra do século XVII, com o envolvimento dos puritanos na política; alternativa encontrada para tentar implementar definitivamente a Reforma na igreja inglesa, uma vez que era estatal. A reação da dinastia Stuart, que intentava promover um retorno ao catolicismo romano, foi forte e imediata. Dá-se início, então, a uma grande guerra civil: de um lado o Parlamento puritano e o New Model Army, seu poderoso exército dos “cabeças redondas”, sob o comando do puritano Oliver Cromwell e, do outro lado, o Rei; que fora derrotado e decapitado. Aqui, a democracia reaparece. O fio condutor da história preservou a soberania, que emana do povo; agora exercida por meio de representantes eleitos. Alguns devem governar todos; a grande novidade do novo regime. Surge, então, de forma efetiva, a democracia representativa, também chamada de democracia moderna. É o que demonstraremos a partir de quatro capítulos: no primeiro, apresentaremos uma visão panorâmica acerca do puritanismo. No segundo capítulo, apresentaremos as bases teológico-doutrinárias do governo representativo eclesiástico dos puritanos. No terceiro e mais importante, demonstraremos que a democracia representativa surge a partir do envolvimento político dos puritanos. No quarto e último, apresentaremos algumas consequências indiretas desse envolvimento dos puritanos com a política.
Abstract: From the 20th century onwards, the main declared anti-democratic regimes succumbed. Communism, Fascism and Nazism were considered utterly deplorable, on account of the atrocities they committed; duly documented by history. A democratic wave then swept over the Western world; mainly. By all indications, the choice for democracy was ratified. It is true that democracy itself is not a perfect regime. However, no better alternative has been presented. So, the option has been to make the necessary adjustments in the democratic environment itself. Despite this, it is estimated that at least half of the world's population has never experienced it and lives under regimes that vary between fanatical nationalism and religious fundamentalism, in addition to balances of totalitarianism. Democracy is not a naturally given regime. As a rule, it needs to be conquered from the desire for freedom. Although the establishment of its origin is not a consensus, it is generally accepted that its first version appeared in ancient Greece, around the fifth century BC. Its basic aspect lies in the fact that sovereignty must emanate from the people and must be directly exercised by them. All must rule all. With the demographic explosion and the consequent growth of cities, this first version became unviable, since the activity of governing requires almost exclusive dedication and with the emergence of the Modern State, new demands would require the commitment of the people in other areas. From then on, gradually, the idea of democracy was abandoned, with a new cycle of monarchies, absolutisms and despotisms being resumed; until, finally, it disappeared completely. With the advent of Christianity, a kind of parallel reality emerges: the people again exercise sovereignty, electing the leaders of their churches. Representative democracy was then being conceived in the minds of Christians. The transition to a secular regime of government occurs, initially, in England in the 17th century, with the involvement of the Puritans in politics; alternative found to try to definitively implement the Reformation in the English church, since it was state-owned. The reaction of the Stuart dynasty, which sought to promote a return to Roman Catholicism, was strong and immediate. Then, a great civil war begins: on the one hand the Puritan Parliament and the New Model Army, its powerful army of the “round heads”, under the command of the Puritan Oliver Cromwell and on the other the King; who had been defeated and beheaded. Here, democracy reappears. The common thread of history has preserved sovereignty, which emanates from the people; now exercised through elected representatives. Some must rule all; the great novelty of the new regime. Then, effectively, representative democracy, also called modern democracy, emerges. This is what we will try to demonstrate in four chapters: in the first, we will present a panoramic view of Puritanism. In the second chapter, we will present the theological and doctrinal bases of the ecclesiastical representative government of the Puritans. In the third and most important, we will demonstrate that representative democracy arises from the political involvement of the Puritans and in the fourth and last, we will present some indirect consequences of this involvement of the Puritans with politics.
Palavras-chave: Teses
Religião e política
Democracia
Puritanismo
Theses
Religion and politics
Democracy
Puritanism
Área(s) do CNPq: CIENCIAS HUMANAS::TEOLOGIA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Católica de Pernambuco
Sigla da instituição: UNICAP
Departamento: Departamento de Pós-Graduação
Programa: Doutorado em Ciências da Religião
Citação: CORREIA, Fábio José Barbosa. A formação da democracia moderna : a contribuição das ideias religiosas dos puritanos no século XVII. 2022. 314 f Tese (Doutorado) - Universidade Católica de Pernambuco. Programa de Pós-graduação em Ciências da Religião. Doutorado em Ciências da Religião, 2022.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/1786
Data de defesa: 5-Abr-2022
Aparece nas coleções:Ciencias da Religiao

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