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http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/2064
Tipo do documento: | Dissertação |
Título: | Cosmopoiética em vertigem: variações da alma e da natureza entre antigos, modernos e extramodernos. |
Autor: | Souto Maior, Francisco ![]() |
Primeiro orientador: | Ribeiro Júnior, Nilo |
Primeiro membro da banca: | Efken, Karl Keinz |
Segundo membro da banca: | Menezes, Anderson de Alencar |
Resumo: | Esta dissertação investiga as transformações conceituais da alma e da natureza em diferentes tradições filosóficas e culturais, analisando suas implicações para a construção de uma abordagem ética além do antropocentrismo. Para isso, adota-se um método comparativo interdisciplinar, combinando filosofia, história e antropologia a fim de examinar como diferentes povos e épocas conceberam essas categorias e suas conseqüências para a ética e a metafísica. A pesquisa inicia-se com uma revisão da filosofia socrática, explorando sua influência no pensamento. Em seguida, discute-se a transição para a modernidade, período em que a racionalidade cartesiana e o iluminismo consolidaram um modelo de sujeito autônomo e desvinculado do meio natural. Essa guinada filosófica permitiu o fortalecimento da distinção entre natureza e cultura, instaurando um regime epistemológico que privilegia a objetivação do mundo e reduz a alteridade a um mero objeto de estudo ou domínio. Em contraponto ao pensamento ocidental, as cosmologias ameríndias são examinadas, pois recusam a separação estrita entre humano e não humano. Ao reconhecer que diferentes seres podem ter pontos de vista distintos sobre a realidade, essas cosmologias questionam a ideia de um único modelo epistemológico válido e introduzem uma multiplicidade de formas de conhecer e habitar o mundo. Com base nessa análise comparativa, a dissertação argumenta que o reconhecimento da diversidade ontológica e epistêmica pode contribuir para um novo entendimento das relações éticas, deslocando-as de um paradigma de dominação e hierarquia para um modelo mais inclusivo e dialógico. A cosmopoiética aqui proposta busca superar as dicotomias impostas pela tradição filosófica ocidental, promovendo uma visão que reconhece a interdependência entre os seres e a necessidade de estabelecer formas de convivência baseadas no respeito às diferenças e à vulnerabilidade compartilhada. A partir dessa perspectiva, a pesquisa oferece uma crítica ao antropocentrismo moderno, ao tempo em que aborda alternativas para a formulação de uma ética contemporânea que esteja à altura dos desafios colocados pela crise ambiental, social e política de nosso tempo. |
Abstract: | This thesis examines the conceptual transformations of psyche and physis across different philosophical and cultural traditions, analyzing their implications for constructing an ethical framework that moves beyond anthropocentrism. To this end, a comparative and interdisciplinary approach is employed, integrating philosophy, history, and anthropology to explore how various societies and historical periods have conceptualized these categories and their consequences for ethics and metaphysics. The research begins with an analysis of Socratic philosophy, tracing its enduring influence on Western thought. It then addresses the transition to modernity, a period marked by Cartesian rationalism and Enlightenment ideals, which established a model of an autonomous subject radically separated from the natural world. This philosophical shift reinforced the binary opposition between nature and culture, instituting an epistemological regime that privileges the objectification of reality and reduces alterity to an object of study or domination. In contrast to Western philosophical traditions, the dissertation examines Amerindian cosmologies, which reject the strict separation between humans and non-humans. By recognizing that different beings may hold distinct perspectives on reality, these cosmologies challenge the notion of a single, universal epistemological framework, instead proposing a multiplicity of ways of knowing and inhabiting the world. Through this comparative analysis, the dissertation argues that acknowledging ontological and epistemic plurality can foster a new understanding of ethical relations, shifting from paradigms of domination and hierarchy toward a more inclusive and dialogical model. The cosmopoetics developed in this study seeks to dismantle the dualisms imposed by Western metaphysical tradition, promoting an ethical perspective that recognizes the interdependence of beings and the necessity of coexistence grounded in respect for difference and shared vulnerability. From this standpoint, the research critically engages with modern anthropocentrism while exploring alternatives for formulating a contemporary ethics capable of addressing the environmental, social, and political crises of our time. |
Palavras-chave: | Dissertações Ontologia Metafísica Ética Cosmologia Dissertations Ontology Metaphysics Ethics Cosmology |
Área(s) do CNPq: | CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIA |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Instituição: | Universidade Católica de Pernambuco |
Sigla da instituição: | UNICAP |
Departamento: | Departamento de Pós-Graduação |
Programa: | Mestrado em Filosofia |
Citação: | SOUTO MAIOR, Francisco. Cosmopoiética em vertigem: variações da alma e da natureza entre antigos, modernos e extramodernos. 2025. 146 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Católica de Pernambuco. Programa de Pós-graduação em Filosofia. Mestrado em Filosofia, Recife, 2025. |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/2064 |
Data de defesa: | 25-Abr-2025 |
Aparece nas coleções: | Filosofia |
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Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
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Ok_francisco_souto_maior.pdf | Dissertação na íntegra | 2,06 MB | Adobe PDF | Baixar/Abrir Pré-Visualizar |
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