@MASTERSTHESIS{ 2019:1862374818, title = {"Comandos" e "Bênçãos" face ao desamparo: expressões da função fraterna em adolescentes privados de liberdade.}, year = {2019}, url = "http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/1109", abstract = "A temática da violência juvenil tem suscitado inúmeros debates e posturas na sociedade, inclusive quanto a um maior rigor das medidas para enfrentá-la, sem atentar muitas vezes para a eficácia e os efeitos que algumas das respostas costumam produzir sobre os sujeitos que as recebem. Como medida extrema, a privação de liberdade, ao retirar o adolescente de um contexto sociocomunitário e familiar para um ambiente estranho ou hostil, pode suscitar os sentimentos de impotência e inadequação vividos como perigo incomensurável, caracterizando uma situação de desamparo. Uma das formas de responder a essa mudança abrupta é inserir-se em um grupo que lhe pareça mais acolhedor e capaz de amenizar seu desabamento, a exemplo de duas formações presentes neste contexto: os “comandos” e os “bênçãos”, a última constituída por adolescentes que professam uma fé religiosa, a primeira, por aqueles que tentam se impor como lideranças e gestores dos conflitos e necessidades dos demais. Proponho pensar as constituições grupais em relação com a situação de desamparo vivenciada por adolescentes privados de liberdade, e que perspectivas são potencializadas por estas fratrias. Para tanto, recorro à Psicanálise, à filosofia e à sociologia para uma abordagem do desamparo na contemporaneidade e no contexto brasileiro, e para refletir sobre a pertinência do conceito de função fraterna relacionado às formas de conjugação de vínculos entre adolescentes privados de liberdade. Realizei o estudo com 4 adolescentes do sexo masculino, na faixa etária de 15 anos, em um Centro de Atendimento Socioeducativo (CASE) do Estado de Pernambuco, os quais observei em diferentes grupos, reunidos em torno de atividades pedagógicas, e entrevistados individualmente. Utilizei a Psicanálise como recurso interpretativo para analisar os dados coletados. No contexto pesquisado só encontramos fratrias em torno dos “comandos” e um só adolescente apontado como “bênção”, além de outros arranjos tecidos em torno do futebol, das rodas de capoeira e da oficina de pintura, os quais mitigam o desamparo discursivo e social agravados pela privação de liberdade. Espero com a presente dissertação contribuir para uma reflexão crítica entre os atores do sistema socioeducativo quanto ao entendimento da complexidade e potencialidade das formações fraternas entre adolescentes em conflito com a lei. Em nível acadêmico, que as questões suscitadas fomentem o debate e a produção sobre a temática.", publisher = {Universidade Católica de Pernambuco}, scholl = {Mestrado em Psicologia Clínica}, note = {Departamento de Pós-Graduação} }