@PHDTHESIS{ 2019:1935949036, title = {"O passado é a morte das coisas" - Padre Ibiapina: ante o esquecimento, a memória em construção.}, year = {2019}, url = "http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/1131", abstract = "O estudo tem como objetivo geral analisar a trajetória e a missão do Padre Ibiapina (1806-1883) no Nordeste brasileiro, evidenciando o porquê de suas ações serem esquecidas durante cerca de cem anos e de um reavivar de sua memória, nos dias atuais. Como metodologia, a pesquisa se caracteriza como de caráter predominantemente qualitativo, de análise de natureza sócio-histórica, sendo adotado o estudo de caso. O estudo foi embasado na análise documental dos relatos das missões do Padre Ibiapina, do Estatuto e do Regimento que ordenavam o funcionamento das Casas de Caridade, nas principais biografias, todas as publicações sobre o tema, de vários autores, interessados e curiosos, religiosos ou não, que escreveram sobre a ação missionária de Ibiapina. Além disso, foram realizadas entrevistas no Santuário de Santa Fé, Arara – PB, lugar de peregrinação dos devotos do Padre Ibiapina: com o ex-reitor do Santuário, Padre Gaspar, com o atual reitor, Padre José Florence, que organizou o arquivo, com dois bispos, bem como com os peregrinos que visitavam o Santuário. Contou-se também com o aporte da História Oral, que valoriza as histórias narradas por pessoas comuns, que anteriormente não tinham oportunidade de ser escutadas. A trajetória de vida de Ibiapina está inserida na realidade socioeconômica e cultural do semiárido nordestino, com suas contradições que gravitam por diversos campos, como o catolicismo popular e seus subcampos: o catolicismo místico e o sertanejo, que permeiam e delineiam a mesma existência. Pode-se concluir que a herança de Padre Ibiapina não foi diretamente confrontada, questionada. Simplesmente, deixaram-na morrer, como uma plantinha que morre sem água... Nada se fazendo para renová-la ou lhe dar continuidade, um espaço de sobrevivência. Durante quase cem anos, Padre Ibiapina permaneceu não apenas desconhecido, mas também relegado, pois seu exemplo de vida apontava para um modelo bem mais distinto de uma pastoral que tem como fundo uma opção preferencial pelos pobres. Somente depois do surgimento das Comunidades Eclesiais de Base, na década de 70 do século XX, e da Conferência Episcopal Latino-Americana de Puebla, em 1979, é que houve, por parte da Igreja Católica, uma nova valorização da religião do povo ou do que ainda sobrou dela. Na construção dessa memória do “Santo” de Santa Fé ocorreu a descoberta de diversos agentes da pastoral: bispos, padres, religiosos, religiosas, leigos, de seu belo exemplo de vida, ação pastoral e santidade e eles se tornaram promotores de sua causa, de maneira especial os que passaram pela Diocese de Guarabira: Dom Marcelo Carvalheira e Dom Antônio Muniz. Na multidão que acorre ao Santuário de Santa Fé no dia 19 de fevereiro percebe-se não apenas o reconhecimento de suas virtudes heroicas, de sua santidade, mas também uma afirmação, um reconhecimento de sua maneira de ser missionário, que penetrou no coração e na mente do povo nordestino.", publisher = {Universidade Católica de Pernambuco}, scholl = {Doutorado em Ciências da Religião}, note = {Departamento de Pós-Graduação} }