@PHDTHESIS{ 2019:1640758256, title = {"Chama a psicologia!": problematizações foucaultianas sobre as práticas de governo e cuidado-de-si, no hospital, e seus efeitos.}, year = {2019}, url = "http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/1218", abstract = "O Hospital, enquanto local de prática médica e de cura para doentes é uma construção que data do final do século XVIII na Europa. No Brasil, a prática profissional em saúde encontra-se em sua origem apresentada como uma construção da medicina sanitarista e da medicina hospitalar. A inserção dos profissionais de psicologia na saúde, em especial nas instituições hospitalares, ocorre por volta da década de 1950 do século XX. Inicialmente fundamentada em modelos clínicos clássicos, a inserção apresentava a necessidade de construção de instrumentos e modelos teóricos adequados às demandas específicas aos atendimentos hospitalares. As relações construídas e forjadas no encontro entre profissionais e pacientes remete a questão do poder, sua distribuição e a arte do governo da vida nestes espaços podendo ser encontradas práticas de governamentalidade e práticas de cuidado-de-si. Objetivo: Problematizar a atuação de psicólogos/as em saúde analisando as práticas de governamentalidade e de cuidado-de-si. Método: Pesquisa de natureza qualitativa, de corte transversal, com diretrizes cartográficas. Entrevistas narrativas foram conduzidas, com cinco profissionais que atuam em instituições hospitalares públicas e filantrópicas da Cidade do Recife. Concomitante, durante as visitas aos hospitais, foi produzido um diário de campo cujas narrativas coengendraram junto a produção das entrevistas, o texto-experiência da presente tese. As produções narrativas da tese foram analisadas a partir do aporte teórico de Michel Foucault. Resultados e Discussão: As participantes entrevistadas se nomeiam como psicólogas hospitalares, e utilizam-se dos discursos da psicologia hospitalar, psico-oncologia, cuidados paliativos, psicologia médica e psicologia da saúde para fazer a experiência de si neste espaço. Apesar de partirem das noções de saúde advinda do modelo biopsicossocial, muitas das práticas e intervenções narradas ainda demonstram posturas e posicionamentos com sustentação em princípios do paradigma patogênico e no modelo biomédico. A psicologia é convocada no hospital pela equipe médica e multiprofissional quando há presença de um paciente “descontrolado” ou “em surto”. Das cinco participantes entrevistadas, duas dizem perceber esse convite como uma valorização da psicologia enquanto que três referem-se a necessidade e busca por desconstrução dessa ideia de chamar a psicologia para apagar incêndio. A atuação da psicologia no hospital é vista como uma prática que requer construção contínua, quase como um trabalho de formiguinha. Considerações finais: As práticas psi em saúde dentro do território hospitalar variam entre práticas de governamento e práticas de cuidado-de-si. As relações entre as participantes entrevistadas, seus pares, pacientes, equipe multiprofissional e equipe médica forjam-se a partir das práticas discursivas e não discursivas encontradas na territorialidade hospitalar e variam ainda, majoritariamente, entre relações e comunicações horizontalizadas e/ou verticalizadas. Práticas pautadas em relações e comunicações transversais são observadas em cenários de atuação onde as posturas e posicionamentos dos profissionais de saúde inclinam-se mais para um modo estético de conduzir-se pautado no cuidado-de-si.", publisher = {Universidade Católica de Pernambuco}, scholl = {Doutorado em Psicologia Clínica}, note = {Departamento de Pós-Graduação} }