@MASTERSTHESIS{ 2020:1095067910, title = {O amor e a dor na psicose: um estudo psicanalítico.}, year = {2020}, url = "http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/1338", abstract = "Na psicanálise, o amor e a dor são afetos importantes para a constituição do sujeito, de modo que a forma singular com que ocorrem terá repercussões na estruturação psíquica. O amor foi definido por Freud como um investimento de libido, enquanto que a dor foi designada como uma sobrecarga de excitação interna que pode ter sido ocasionada devido ao corte de uma ligação libidinal. A constituição psíquica é marcada por cortes na ligação libidinal com um objeto de amor, tendo como reação a dor, a qual precisa ser assimilada e integrada para que ocorra amadurecimento do psiquismo. Quando a reação à dor chega a um nível muito elevado de sobrecarga libidinal interna, o sujeito poderá recorrer a mecanismos de defesa característicos da psicose, como a foraclusão. Partindo-se do princípio de que a dor precisa ser elaborada para que o amadurecimento psíquico ocorra, e, tomando por base a proposição de Juan-David Nasio, segundo a qual a dor consiste no último afeto antes que sobrevenha a psicose, indagou-se se a psicose seria decorrente de uma não tolerância à dor, ligada ao desprazer, devido ao excesso de amor voltado para o interior do psiquismo. Nesses termos, sustentamos a proposição de que a psicose é decorrente de uma falha do psiquismo em elaborar grandes excitações libidinais investidas em representações internas. Baseamo-nos na proposição de Jacques Lacan sobre a noção de estrutura clínica, de acordo com a qual a psicose decorre de uma falha na lei do pai, um conceito que faz referência a um corte que interdita o vínculo com o objeto de amor, o que nos permitiu entrever uma articulação possível entre a intervenção da lei do pai e a dor. O objetivo do presente estudo foi analisar o lugar do amor e da dor na constituição da psicose. Para tanto, realizamos uma pesquisa bibliográfica em psicanálise referente ao tema do amor, da dor e da psicose nas obras psicológicas de Sigmund Freud e em alguns dos seminários de Jacques Lacan, isso em diálogo com autores contemporâneos, visando no primeiro circunscrever os conceitos de amor, dor e psicose, e no último entender como se dá a constituição do sujeito, maisespecificamente a estruturação da psicose. Ao final deste estudo, apontamos o amor na psicose com uma predominância de amor passivo. Este é uma reação de intolerância à dor ligada ao desprazer que surge do corte operado pela castração, momento da organização psíquica que possibilita a estruturação do sujeito a partir da mudança na predominância da posição de ser amado para a de amar. O amor na psicose busca se fixar em uma posição passiva de ser amado, abdicando da possibilidade de vir a ser um sujeito de desejo em prol de ser objeto da satisfação do Outro. Nessa posição, sublinhamos também que a dor na psicose é diferente da dor que ocorre na neurose. A dor na psicose está além do limite de um desprazer interno, ocorrendo no campo que é próprio ao gozo. Os resultados deste estudo trouxeram contribuições metapsicológicas à clínica das psicoses, ampliando o olhar clínico ao se dar realce às sutilezas do amor e da dor na constituição da psicose.", publisher = {Universidade Católica de Pernambuco}, scholl = {Mestrado em Psicologia Clínica}, note = {Departamento de Pós-Graduação} }