@PHDTHESIS{ 2021:1409547853, title = {Análise crítica do discurso sobre a democracia racial em Casa-Grande e Senzala, nas notícias e na hashtag: #justiçapormiguel.}, year = {2021}, url = "http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/1404", abstract = "Vivenciamos um momento único em que o acesso à informação está cada dia mais intenso, as pessoas estão podendo interagir como em nenhuma outra época; desta interação nascem vários debates sobre temas nunca antes discutidos em larga escala, e um deles é o que veremos aqui na pesquisa: a referida democracia racial brasileira como constructo do racismo contemporâneo. O problema que observaremos diacronicamente é: sabendo que a democracia racial foi sustentada com fins ideológicos e políticos, de que forma as naturalizações discursivas sobre a democracia racial ao longo dos anos contribuem para a naturalização do racismo atual? O objetivo geral é analisar naturalizações discursivas da democracia racial brasileira enquanto mecanismo de sustentação do racismo atual. Alguns dos objetivos específicos são: 1. Reconstruir o contexto histórico do mito da democracia racial brasileira; 2. Identificar o posicionamento discursivo e ideológico de Gilberto Freyre no livro Casa-Grande & Senzala relacionado à sua tese da democracia racial brasileira pelo olhar da Análise Crítica do Discurso; 3. Verificar e reconstruir os discursos midiáticos pela análise de notícias sobre o Caso Miguel, correlacionado-os à ideia de uma democracia racial pela teoria crítica do discurso; 4. Analisar os discursos nos comentários das notícias sobre o caso do menino Miguel e nas hashtags do mesmo caso pela teoria crítica; 5. Correlacionar os estudos decoloniais e pós-coloniais com o corpora na pesquisa. De acordo com Fernandes (2007, p. 61), Gilberto Freyre sistematizou o mito de uma democracia racial pela ideia da teoria da mestiçagem. Essa sistematização referida pelo autor está relacionada ao tema da obra Casa-Grande & Senzala que traz justamente a questão da miscigenação racial em contrapartida da valorização da identidade negra brasileira. Fernandes (2007) discorre sobre a situação marginal do negro hoje, afirmando que a destituição do escravo se processou no Brasil de forma tão dura, que ela representou a última espoliação sofrida, muito mais que uma dádiva ou uma oportunidade concreta. Diante desse contexto em que o mito da democracia racial é discutido na sociedade, o que propomos como diferencial para os estudos relacionados às naturalizações dessa democracia é a exposição de um olhar vindo da Análise Crítica do Discurso (ACD), que pretende desvelar os fundamentos ideológicos do discurso, que se têm feito tão naturais ao longo do tempo que começamos a tratá-los como comuns, aceitáveis e traços naturais do discurso (TEO, 2000). Essa teoria, por ser transdisciplinar, proporciona na pesquisa trazer a dimensão social pelo viés sociológico relacionado ao Pós-Colonialismo ou Decolonialismo, afinal vivenciamos os resquícios do colonialismo referente à imposição da metrópole portuguesa. Uma justificativa para o trabalho com o Pós-Colonialismo está também na crença de que o preconceito racial faz parte desses resquícios deixados pelo Colonialismo. Segundo Fanon (2008), o racismo não é mais que um elemento entre outros num conjunto mais vasto de opressão sistematizada de um povo. Analisar naturalizações discursivas da democracia racial no Brasil enquanto mecanismos de ratificação e legitimação do racismo é uma tarefa árdua, não tão simples quanto parece, uma vez que o racismo discursivo não está tão nítido como achamos estar, ele sempre foi silenciado propositadamente pela elite hegemônica, pelos herdeiros do Colonialismo.", publisher = {Universidade Católica de Pernambuco}, scholl = {Doutorado em Ciências da Linguagem}, note = {Departamento de Pós-Graduação} }