@MASTERSTHESIS{ 2021:1382441710, title = {Escrevivências clínicas: violência sexual na vida de meninas negras - um triplo trauma.}, year = {2021}, url = "http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/1547", abstract = "Este trabalho, de início, intentou cartografar a experiência da violência sexual na infância - VSI de meninas negras e as ressonâncias em suas subjetividades. Para tanto, traçamos os seguintes objetivos específicos: 1. Delinear o lugar da mulher negra na sociedade e as formas de violência a elas dirigidas - especificamente a violência sexual, historicamente constituídas e legitimadas; 2. Propiciar um espaço de escuta para a expressão da experiência de violência sexual na infância de mulheres negras; e 3. Analisar os modos processuais de subjetivação das Mulheres Negras ante a experiência da violência sexual. Adotamos a concepção de subjetividade tal como proposta por Guattari e Rolnik, construída a partir de um campo de forças no qual o social, o político, o econômico, entre outros vetores, têm participação ativa. E, ainda, o de interseccionalidade, uma proposição do feminismo negro que concebe a indissociabilidade entre cis-hetero-patriarcado (heteronormatização e naturalização do poder do pai), racismo e capitalismo. Como abordagem, apoiamo-nos provisoriamente na esquizoanálise fazendo uso da cartografia como caminho metódico que privilegia o hódos - metá (o primado do caminhar que traça no percurso suas metas). Provisório pois, tomamos, também, os estudos de Frantz Fanon e suas contribuições para a reflexão do racismo, racialização e colonialismo. Inicialmente, especial atenção foi dada às três pistas da abordagem cartográfica: o estabelecimento de um ethos da confiança (experiência compartilhada e aumento da potência de agir); criação de uma zona de inter-esse; e o coletivo de forças como plano de experiência cartográfica. Para a escuta dos relatos de experiência, foram realizadas quatro (04) rodas de conversa em ambiente virtual, em manhãs consecutivas, aos domingos, que aconteceram a partir da solicitação de que nos contassem suas experiências. A rodas de conversa foram gravadas em áudio e registradas em diário de bordo e tornaram-se espaço de acolhimento, escuta, cuidado, legitimação, reconhecimento recíproco e campo de produção de dados. Conceituamos VSI como trauma sexual e, a partir dos planos de análises, no caso da perpetração contra meninas negras, compreendemos a articulação deste com o trauma colonial – racismo. E, ainda, uma tripla articulação – dos dois anteriores – com o trauma social. Pelos efeitos da relação do dentro-fora-dentro, observamos as ressonâncias inferidas por nossas colaboradoras e certos assentados subjetivos que apontam para a fixidez e enrijecimento que a tripla experiência traumática produziu e continua a produzir, não sendo possível delinear qual efeito é produzido por qual trauma. Compreendemos, ainda, que tais efeitos foram internalizadas agenciando modos de existência cindidos temporariamente de potência e que resvalam em seus modos de ser, de desejar, de pensar e de sonhar. Quando foi necessário, nossas colaboradoras foram encaminhadas para acompanhamento psicoterapêutico gratuito.", publisher = {Universidade Católica de Pernambuco}, scholl = {Mestrado em Psicologia Clínica}, note = {Departamento de Pós-Graduação} }