@MASTERSTHESIS{ 2022:302825296, title = {O suicídio na adolescência contemporânea: um dizer da psicanálise e a ética da escuta.}, year = {2022}, url = "http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/1573", abstract = "A Organização Mundial de Saúde (OMS) analisa com preocupação os indicadores de suicídio, os quais apontam que o Brasil, além de não acompanhar a redução dos casos no mundo, apresenta números ainda mais expressivos na faixa etária de 15 a 19 anos. Esta pesquisa objetivou problematizar o protagonismo da passagem ao ato suicida do adolescente frente ao mal-estar contemporâneo, fazendo um contraponto entre as políticas universais de prevenção e a escuta singular ao sujeito. Situamos como a psicanálise se debruçou sobre o tema desde Freud e como, ao longo do tempo, apesar do avanço nas formulações teóricas, o suicídio persistiu como um enigma no texto freudiano. Na obra freudiana, as proposições sobre a identificação com o objeto perdido, a pulsão de morte e a desfusão pulsional serviram-nos de aporte teórico importante no que parece delinear uma metapsicologia do suicídio. A retomada da abordagem freudiana sobre o suicídio feita por Lacan, com as noções de acting out, como uma tentativa de endereçamento ao Outro, e a passagem ao ato, como um ato extremo diante da angústia, constituiu um avanço teórico e clínico importante para pensarmos a propensão ao agir na adolescência. A partir de uma leitura do mal-estar contemporâneo e de suas reverberações nos laços sociais, discutimos a passagem adolescente no cenário de declínio do referencial paterno que caracteriza o contexto atual. Este caminho possibilitou analisar o fato de a adolescência - marcada pela ambivalência e pela separação, tanto das referências físicas como simbólicas – remeter o sujeito às vulnerabilidades, riscos e atuações que o deixa muitas vezes em situações limite, vivendo a vida e flertando com a morte. No decorrer desta pesquisa, esbarramos e analisamos criticamente as políticas e estratégias de prevenção ao suicídio adotadas pela OMS e instituições correlatas, contrapondo a possibilidade de um dizer ético que a psicanálise concebe em relação ao tema. Este percurso nos desafia a buscar subsídios para pensar e propor estratégias de intervenção e dispositivos clínicos, que permitam ao sujeito adolescente construir um saber sobre si a partir do seu sofrimento, em que um endereçamento ao Outro se faça possível, a despeito de todas as dificuldades de organização dos serviços de saúde mental. O desafio proposto é de não recuar diante do suicídio na adolescência, o que impõe uma convocação da psicanálise à cena pública, não apenas enquanto técnica, mas principalmente enquanto uma ética que poderá reposicionar o sujeito diante do seu sofrimento, fazendo com que, do fim da linha, o dispositivo de escuta o auxilie a fazer um novo alinhavo para a sua vida.", publisher = {Universidade Católica de Pernambuco}, scholl = {Mestrado em Psicologia Clínica}, note = {Departamento de Pós-Graduação} }