@MASTERSTHESIS{ 2021:1680150911, title = {Mulher, negra e puta: duas histórias sobre-vivência.}, year = {2021}, url = "http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/1574", abstract = "A prostituição feminina é uma realidade presente na história do Brasil desde o período colonial, sendo sua existência amplamente conhecida e, por muitas vezes, tolerada. A mulher que se prostitui, no entanto, sofre com o estigma da puta e, estigmatizada, exerce sua atividade na marginalidade. Este trabalho surgiu com o objetivo de compreender como as participantes da pesquisa foram se constituindo ao longo de suas vidas enquanto mulheres, negras e trabalhadoras do sexo. Neste sentido os marcadores sociais acerca do que seja o significante mulher, negra e puta entram em discussão com suas contrapartes: o racismo, a desigualdade de gênero e a desigualdade social fortemente presente na sociedade brasileira. A prostituição não é o foco único de discussão deste trabalho, mas o meio pelo qual somos convidados a conhecer a história de vida de duas mulheres negras, com baixo poder aquisitivo, com mais de sessenta anos de idade e com uma lida de mais de 40 anos de prostituição. Suas histórias foram apresentadas desde o período anterior a ida à prostituição. Em seguida a vivência da prostituição e as experiências do dia a dia em paralelo à suas vidas pessoais. Em um terceiro momento, nos deparamos com um olhar retrospectivo, que busca sentido para uma história em parte já transcorrida, apresentando o momento atual da vida das participantes da pesquisa. A partir de suas histórias constelações de significado se revelaram e foram nomeadas como “A grande janela: a prostituição”, “Batalhar”, e “In-visibilidade e sentidos”. Amparada na perspectiva teórica de Hannah Arendt, Judith Butler e Simone de Beauvoir, compreendemos que a violência física e verbal, se constitui durante a vida das participantes da pesquisa enquanto um fio que permeia vários momentos da vida dessas mulheres, revelando um processo de violência ainda maior diretamente atrelado à histórica desigualdade social, racial e de gênero presentes no Brasil que parece negar às garotas de programa de ontem, e de hoje, um lugar de sujeitos titulares de direitos fundamentais. Compreende-se que a invisibilidade, marginalização e dificuldade em trazer à luz públicas questões como a prostituição feminina acaba por negar às mulheres em questão a ascensão à condição de humanidade. Assim, o presente trabalho revela e denuncia a precarização deste grupo que se mostra como violação dos direitos humanos.", publisher = {Universidade Católica de Pernambuco}, scholl = {Mestrado em Psicologia Clínica}, note = {Departamento de Pós-Graduação} }