@PHDTHESIS{ 2022:1625392432, title = {Ascensão das imagens e declínio da função das palavras na subjetividade contemporânea.}, year = {2022}, url = "http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/1638", abstract = "Esta pesquisa teve como objetivo investigar os destinos do excesso das imagens e do declínio da função das palavras na subjetividade contemporânea como fenômenos sociais à luz da psicanálise, em uma interlocução com a filosofia. A importância deste estudo decorre do fato de que as tecnologias da comunicação em massa produzem uma primazia das imagens sobre as palavras, referendada pela vertiginosa proliferação das imagens digitais que, como um tsunami, invadem todos os ambientes interferindo no mais elementar da constituição da subjetividade – que tem por unidades básicas imagens e palavras – e provocando alterações na concepção/relação espaço-tempo que geram velocidade, aceleração, fragmentação, dispersão e hiper foco hipnótico nas telas. Tomamos os conceitos como instrumentos de corte e recorte para fazer do estádio do espelho lacaniano um conceito operativo, a fim de pensarmos a subjetividade a partir do Eu como imagem corporal, como espaço subjetivo contínuo, simétrico, projeção de uma superfície, separando-o do sujeito do desejo indestrutível e da introjeção das palavras, como palavras que foram ouvidas, representações de palavras, significantes, em temporalidades intermitentes. O ciberespaço insere-nos num contexto global em que mecanismos de busca e aprendizado de máquina, a partir de 0 e 1, produzem a polarização como sugestão algorítmica, ampliam a inclusão e exclusão de ideias (imagens mentais que possibilitam novas formas de poder político, hegemonia e controle social), mostrando a necessidade da inseparabilidade entre episteme, clínica e política, e da interdisciplinaridade na construção do conhecimento frente às questões mais urgentes de nossa época. A partir da metapsicologia freudiana, em um movimento dialético de Freud a Lacan e de Lacan a Freud, defendemos a tese de que as novas tecnologias, por serem como próteses acopladas à estrutura subjetiva, promovem a tendência do aparelho psíquico a operar mais por imagens visuais – no modo primário (inconsciente) com energia desligada – e menos por palavras, no modo secundário (consciente/pré-consciente) – com energia ligada; principalmente em se tratando das formações de massa. Desta forma, a experiência com as palavras é esvaziada, causando um empobrecimento da narrativa desde os primeiros meios de comunicação de massa associados à exploração capitalista, a atenção tendo se tornado, de forma crescente, a mercadoria mais cara. Nossa pesquisa indica que a experiência mais verdadeiramente humana se aquece nas palavras da fala como palavras mutualmente ouvidas, na alteridade do corpo a corpo; palavras que vibram nos corpos, em que os olhares se encontram e se demoram e dependem da existência de traços inscritos no campo simbólico. A partir de Didi-Huberman, na trilha benjaminiana, sublinhamos a necessidade de descolonizar o olhar, de perceber em objetos esquecidos a potência de um passado não realizado e que, ao ser arqueologicamente desenterrado do passado, vem à superfície desordenar a compreensão habitual e acomodada do presente, desestabilizando dicotomias, como as imagens dos vagalumes de Pasolini. Escolhemos as alegres marionetes do Mestre mamulengueiro Maiakoviski como sinal da resistência da condição do ser falante, que da hegemonia do plástico, como metáfora da erosão do simbólico, escapam como brincantes e brinquedos, produzem traços e alegria de viver.", publisher = {Universidade Católica de Pernambuco}, scholl = {Doutorado em Psicologia Clínica}, note = {Departamento de Pós-Graduação} }