@MASTERSTHESIS{ 2023:1400444984, title = {Distopia brasilis: o mito de Narciso e Eco nos atos performativos de fala racista.}, year = {2023}, url = "http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/1685", abstract = "O trabalho se propõe a examinar o discurso racista sob a perspectiva dos atos performativos de fala. Para tal, consideraremos que a fala racista se vale de um trauma que atravessa a quem o chamamento é direcionado, conquistando a sua força ao ser proferido, repetido e corporalizado. Com relação à performatividade, será adotado como base o ato performativo de fala de John Austin (1990), o qual postula que podemos fazer algo com as palavras e ademais causar efeitos esperados ou não. Inicialmente, discutiremos sobre a universalidade da tradição filosófica da linguagem que, ao excluir a questão racial em busca de um cerco único, acaba por excluir sujeitos da análise. O desejo pelo universal será problematizado através do mito de Narciso e seu encontro com Eco, no entanto a partir de Grada Kilomba (2019a) para observarmos nesse mito as espoliações causadas pelo discurso racista e as amarras coloniais. Na finalidade de conseguirmos investigar a performatividade do proferimento racista, introduziremos e debateremos o conceito de dissolução para demonstrarmos, por entre a crítica, processos de transição de questionamentos. Nesse sentido, dada a limitação austiniana na investigação do significado das palavras em seu uso histórico e caráter estrutural, exploraremos a perspectiva citacional-histórica dos atos performativos de fala em Judith Butler (2020). Isto viabiliza analisar a performatividade do ato de fala racista e sua capacidade de ferir, pois as palavras ao serem citadas e repetidas historicamente fixam o seu significado, formulando e reformulando sujeitos, como também rompem com a significação convencionada, encontrando usos diversos e possibilitando outros sujeitos. Associados à perspectiva antirracista de Grada Kilomba (2019b), investigaremos o viés da alteridade contida no contrato entre falante e ouvinte, expondo o conceito de outridade como uma perlocução da performatividade da fala racista. Incorporar a historicidade e um debate racial aos atos performativos de fala, neste trabalho, evidencia um cenário distópico convencionado pela branquitude, visto que utiliza da performatividade para espoliar e lançar à morte quem não partilha do universo de Narciso, a Distopia brasilis. Por fim, exprimimos como a capacidade de agir ao e por dizer algo se convenciona em redes de subordinações complexas no procedimento, mas também escancara a vulnerabilidade do que é dito, podendo encontrar ressignificação em seu uso.", publisher = {Universidade Católica de Pernambuco}, scholl = {Mestrado em Filosofia}, note = {Departamento de Pós-Graduação} }