@PHDTHESIS{ 2022:660595104, title = {A formação da democracia moderna: a contribuição das ideias religiosas dos puritanos no século XVII.}, year = {2022}, url = "http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/1786", abstract = "A partir do século XX, os principais regimes declaradamente antidemocráticos sucumbiram. O comunismo, o fascismo e o nazismo foram considerados totalmente deploráveis, por conta das atrocidades que cometeram; devidamente documentadas pela história. Uma onda democrática, então, varreu o mundo ocidental, principalmente. Ao que tudo indica, a escolha pela democracia foi ratificada. É certo que a própria democracia não é um regime perfeito. Porém, nenhuma alternativa melhor tem sido apresentada. Então, a opção tem sido fazer os ajustes necessários no próprio ambiente democrático. Apesar disso, estima-se que pelo menos metade da população mundial jamais a experimentou e vive sob regimes que variam entre o nacionalismo fanático e o fundamentalismo religioso, além de saldos de totalitarismos. A democracia não é um regime naturalmente dado. Via de regra, ela precisa ser conquistada a partir da ânsia pela liberdade. Embora o estabelecimento de sua origem não seja um consenso, geralmente, aceita-se que sua primeira versão tenha surgido na Grécia antiga, por volta do século V a.C. Seu aspecto basilar reside no fato de que a soberania deve emanar do povo e por ele deve ser exercida diretamente. Todos devem governar todos. Com a explosão demográfica e o consequente crescimento das cidades, essa primeira versão se tornou inviável, visto que a atividade de governar requer dedicação quase exclusiva e com o surgimento do Estado Moderno novas demandas necessitariam do empenho do povo em outras áreas. A partir de então, gradativamente, a ideia de democracia vai sendo abandonada, sendo retomado um novo ciclo de monarquias, absolutismos e despotismos; até que, finalmente, desaparecera completamente. Com o advento da Reforma Protestante, uma espécie de realidade paralela surge: o povo volta a exercer a soberania, elegendo os líderes de suas igrejas. A democracia representativa estava, então, sendo gestada na mente desses cristãos. A transição para um regime secular de governo ocorre, inicialmente, na Inglaterra do século XVII, com o envolvimento dos puritanos na política; alternativa encontrada para tentar implementar definitivamente a Reforma na igreja inglesa, uma vez que era estatal. A reação da dinastia Stuart, que intentava promover um retorno ao catolicismo romano, foi forte e imediata. Dá-se início, então, a uma grande guerra civil: de um lado o Parlamento puritano e o New Model Army, seu poderoso exército dos “cabeças redondas”, sob o comando do puritano Oliver Cromwell e, do outro lado, o Rei; que fora derrotado e decapitado. Aqui, a democracia reaparece. O fio condutor da história preservou a soberania, que emana do povo; agora exercida por meio de representantes eleitos. Alguns devem governar todos; a grande novidade do novo regime. Surge, então, de forma efetiva, a democracia representativa, também chamada de democracia moderna. É o que demonstraremos a partir de quatro capítulos: no primeiro, apresentaremos uma visão panorâmica acerca do puritanismo. No segundo capítulo, apresentaremos as bases teológico-doutrinárias do governo representativo eclesiástico dos puritanos. No terceiro e mais importante, demonstraremos que a democracia representativa surge a partir do envolvimento político dos puritanos. No quarto e último, apresentaremos algumas consequências indiretas desse envolvimento dos puritanos com a política.", publisher = {Universidade Católica de Pernambuco}, scholl = {Doutorado em Ciências da Religião}, note = {Departamento de Pós-Graduação} }