@PHDTHESIS{ 2024:491620012, title = {Movimento morfossintático da língua no autismo.}, year = {2024}, url = "http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/1937", abstract = "As crianças com TEA apresentam dificuldades nos níveis da linguagem oral e escrita e, sobretudo, encontram desafios na compreensão e produção de habilidades morfossintáticas, como a estruturação morfossintática adequada das frases e o uso correto das regras gramaticais da língua. Essas dificuldades se manifestam de diferentes formas, a exemplo: substituição de palavras mais complexas por outras mais simples; omissão ou mau uso de marcadores gramaticais na fala; ordenação atípica das palavras na linearidade da frase e dificuldade de concordância entre os elementos na sentença. Além dos sintomas de fala, acreditamos que nossos estudos podem revelar peculiaridades do funcionamento morfossintático da língua do autista. Deste modo, a tese tem como objetivo geral investigar o movimento no nível morfossintático da língua em crianças com TEA em sua modalidade oral. Os objetivos específicos são identificar possíveis alterações morfossintáticas em termos de obediência ao sistema da língua e avaliar se estas podem interferir na semantização, que é o eixo da enunciação. A metodologia adotada foi qualitativa do tipo estudo de caso, realizado com seis crianças laudadas, falantes da língua portuguesa brasileira, alfabetizadas e atendidas pela equipe multidisciplinar na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), do município de Serra Talhada, Estado de Pernambuco, em 2022. As cenas enunciativas foram capturadas de forma naturalística por gravações de vídeo em situações de terapia psicopedagógica e durante atividades rotineiras no ambiente terapêutico. Os dados coletados foram analisados, seguindo a abordagem enunciativa aquisicional da linguagem da pesquisadora Carmem Luci Silva que, à luz da teorização da linguagem de Émile Benveniste, busca investigar a constituição da criança como falante na sua língua materna, em sua realização oral ou gráfica, através das relações que a criança mantém com seus pares na sua comunidade linguística. Os registros coletados foram ilustrados em quadros com recortes das cenas enunciativas e tiveram seus dados linguísticos transcritos com auxílio do software NVivo, informando também situações de fala entre a criança e o terapeuta. Pela análise dos resultados podemos concluir que os aspectos morfossintáticos da língua seguem uma estrutura singular no autismo, o que revela que entre tropeços e acertos, há um modo singular de construir sentido por formas inesperadas na enunciação. A inversão dos elementos morfossintáticos no agenciamento da frase parece ser recorrente, o que ocasiona uma quebra na linearidade sintagmática e afeta a semantização da narrativa pelo alocutário. As manifestações linguísticas na materialidade do discurso constituíram fatos da linguagem e dos sujeitos, que configuraram o funcionamento peculiar do aparelho formal da enunciação.", publisher = {Universidade Católica de Pernambuco}, scholl = {Doutorado em Ciências da Linguagem}, note = {Departamento de Pós-Graduação} }