@PHDTHESIS{ 2024:776521501, title = {As relações com a língua estrangeira podem desvelar traços do laço específico com a língua materna?: um estudo de caso de um sujeito poliglota.}, year = {2024}, url = "http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/1939", abstract = "Alguns teóricos, que abordam questões do idioma materno e buscam articulação com a psicanálise, pontuam que todo sujeito tem um laço específico com a língua materna. Esse laço interferirá na aprendizagem de novas línguas, podendo promover a captura ou a resistência à essa aprendizagem. As nossas questões quanto à relação do sujeito com as línguas, surgem da observação de um aprendiz que passa todo o tempo dedicado à escrita em algumas línguas estrangeiras. Nesse contexto, chama-nos a atenção os lugares inusitados que ele escolhe para escrever, levando-nos a indagar o porquê dessa forma de lidar com as línguas. Essas reflexões culminam na proposta dessa tese que tem como objetivo geral analisar como a relação que um poliglota autodidata estabelece com línguas estrangeiras desvela indícios do seu laço específico com a língua materna. Em nossos objetivos específicos, propomos: descrever a relação subjetiva do sujeito com as LEs; questionar o significado de escrever para ele; identificar o lugar que a escrita ocupa e analisar o significado e a função de cada língua para o aprendiz. Desse modo, à guisa de fundamentação teórica, recorremos a trabalhos da psicanálise freudo-lacaniana, ressaltando, entre outros, o liame entre a aprendizagem de uma língua estrangeira e o desejo inconsciente do aprendiz. Quanto à metodologia, nosso trabalho se refere a uma pesquisa qualitativa, configurada como um estudo de caso, por proporcionar a possibilidade de abordarmos a relação subjetiva do sujeito com a língua – Bruno, brasileiro, professor de línguas estrangeiras e residente no Brasil. Quanto aos instrumentos utilizados, foram realizadas entrevistas não-estruturadas gravadas em áudios via whatsApp e transcritas na íntegra. Assim como, as imagens dos textos escritos pelo sujeito da pesquisa. Os resultados das análises nos levaram a inferir que as línguas o afetam subjetivamente e “a falta na língua materna” (Melman, 1991) o conduz a elaborar um trabalho psíquico no entremeio das línguas, como uma forma de viver a alteridade, como se as línguas estrangeiras fossem “a sua ressurreição” (Kristeva, 1994). O laço específico com a língua materna nortearia os impulsos de Bruno, ao atravessar as suas escritas com algumas frases em português, sinalizando algo que ele não consegue se desvencilhar. Levando-o a ter na escrita o seu maior recurso ao lidar com as línguas que ele chama de adotadas. O ato de escrever assume feições inusitadas, tanto por Bruno ser impelido boa parte do dia a escrever, como pelos lugares que essa escrita é realizada. Pois para além dos papéis, ele escreve nas paredes, no chão, em alguns objetos da casa e tem necessidade de manter essas escritas sem apagar Vale também destacar o teor intimista de boa parte desses escritos.", publisher = {Universidade Católica de Pernambuco}, scholl = {Doutorado em Ciências da Linguagem}, note = {Departamento de Pós-Graduação} }