@PHDTHESIS{ 2025:1126896481, title = {Política criminal e gênero: das estratégias de proteção à mulher a partir do pacote anticrime ao potencial da utilização das unidades portáteis de rastreamento no estado de Pernambuco.}, year = {2025}, url = "http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/2039", abstract = "Os movimentos feministas, visando ao “empoderamento”, demandaram maior enrijecimento penal, o que resultou na criação da Lei Maria da Penha – Lei n.º 11.340/2006. O recrudescimento das penas abstratamente previstas legitima o objetivo do ordenamento jurídico, mas esta regra é inapropriada para os problemas domésticos e familiares, manifestando um simbolismo penal. O modelo de justiça penal, apesar de reprimir as violências, não tem sido eficaz diante da complexidade desse fenômeno e das peculiaridades das vítimas em questão. Nesse caminho, este trabalho pretende, sob a égide da Criminologia Crítica, identificar os mecanismos de proteção da mulher implementados na Lei Maria da Penha, a partir do Pacote Anticrime, além de verificar o potencial das unidades portáteis de rastreamento como um modelo alternativo de proteção das vítimas de violência doméstica, a partir da análise de dados coletados na Secretaria da Mulher do Estado de Pernambuco, dos anos de 2013 a 2024. Para a concretização desses objetivos, além do estudo documental e bibliográfico, foi realizada uma pesquisa empírica na Secretaria da Mulher do Estado de Pernambuco. Os dados foram analisados a partir de critérios previamente estabelecidos, a fim de traçar um perfil das mulheres que sofrem violência doméstica, são atendidas na Secretaria da Mulher do Estado de Pernambuco e fazem uso das unidades portáteis de rastreamento, quais sejam: idade, estado civil, orientação sexual, raça/etnia, religião, renda mensal, escolaridade, profissão/ocupação, vínculo com o agressor, se houve violência física, violência sexual, violência patrimonial, violência psicológica, violência moral, o tempo de convivência com o agressor, há quanto tempo ocorreram as agressões, período da primeira agressão até a denúncia, se há ameaça de morte e se houve tentativa de feminicídio. Para além destas variáveis, também foram coletadas impressões acerca da monitoração eletrônica e efetividade das unidades portáteis de rastreamento. Os resultados obtidos indicaram a histórica seletividade da violência perpetrada pelos mecanismos de controle e incremento punitivo, que seduzem com a possibilidade de assumirem a defesa de interesses sociais da maior relevância, mas não entregam aquilo que prometem. Para além disso, os dados coletados revelaram uma satisfação das vítimas em relação à política de rastreamento, da necessidade de ampliação e fortalecimento desta a fim de aumentar a rede proteção desta mulher, colocá-la como protagonista deste conflito e, consequentemente, combater o ciclo de violência doméstica. Apesar dos estigmas, dar visibilidade à política de monitoração eletrônica é conter a onda do encarceramento em massa e minimizar os efeitos contraditórios do sistema de justiça criminal vivido no âmbito da violência doméstica. A presente tese foi submetida ao PPGD da UNICAP, vinculada à Linha de Pesquisa Jurisdição, Cidadania e Direitos Humanos e ao Projeto de Pesquisa da Prof.ª Dr.ª Marília Montenegro Pessoa de Mello, intitulado “Do Juizado Especial Criminal à Lei Maria da Penha: a expansão do Direito Penal na violência doméstica contra a mulher no Brasil”.", publisher = {Universidade Católica de Pernambuco}, scholl = {Doutorado em Direito}, note = {Departamento de Pós-Graduação} }