@MASTERSTHESIS{ 2025:677320815, title = {Decolonialidade e sistema de justiça criminal: um diálogo teórico possível? : abrindo janelas para rumos compartilhados de responsabilização social.}, year = {2025}, url = "http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/2042", abstract = "O trabalho que aqui se consolida encontra sentido no questionamento ao apego institucional do Estado à punição de corpos, para tratar os conflitos e desvios sociais. Da mesma forma, o estudo se ampara nas indagações que nascem quando da análise do elevado índice de violência de Estado sobre os corpos não brancos e periféricos no Brasil. Avaliando, para isso, como essas contingências se conectam com uma estrutura que capilariza-se de variadas e intersetoriais formas, com um objetivo comum de subalternizar coletividades estrategicamente vulnerabilizadas. Essa conjectura será estudada aqui a partir de artifícios fornecidos pela criminologia crítica, pautada na teoria crítica da raça e lida sob lentes críticas decoloniais, nos proporcionando respaldo para a continuidade do movimento de promoção de novos caminhos, discussões e horizontes abolicionistas, que aqui chamaremos de caminhos abolicionistas de margem ou marginais — trajetos que rompem com as amarras coloniais/punitivistas/proibicionistas despejadas pelo ideal moderno/colonial na América Latina desde o século XV. Movimentaremos, portanto, uma investigação das raízes do Sistema de Justiça Criminal, situando esse artifício dentro da lógica da Modernidade/Colonialidade – categoria cuja origem é simultânea ao início do sistema-mundo moderno/colonial e que representa a propagação de uma tecnologia racializada de controle dos corpos. A teoria crítica decolonial nos oferecerá ferramentas importantes para essa análise, possibilitando-nos introduzir na academia oportunidades teóricas e práticas de estar no mundo para além da coação sistêmica da modernidade/colonialidade. Nesse movimento, adentraremos o campo da desobediência epistêmica como estratégia de insurgência contra a racionalidade eurocentrada, promovendo o resgate de cosmovisões afrodiaspóricas e originárias, apagadas pelo projeto civilizatório colonial, e que sustentam epistemologias avessas à criminalização e contrárias às perspectivas de vingança e punição que fomentam o contínuo controle estatal sobre determinados corpos. A decolonialidade, por ser também um movimento prático, nos viabilizará projetar artifícios abolicionistas de margem, fundados nos saberes ancestrais, reverberando no nosso estudo construções baseadas na responsabilização, no cuidado, nas resoluções comunitárias e reparadoras, e não vingativas, confrontando diretamente a arquitetura penalizadora naturalizada pelo poder colonial.", publisher = {Universidade Católica de Pernambuco}, scholl = {Mestrado em Direito}, note = {Departamento de Pós-Graduação} }