@MASTERSTHESIS{ 2025:1150082681, title = {Cosmopoiética em vertigem: variações da alma e da natureza entre antigos, modernos e extramodernos.}, year = {2025}, url = "http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/2064", abstract = "Esta dissertação investiga as transformações conceituais da alma e da natureza em diferentes tradições filosóficas e culturais, analisando suas implicações para a construção de uma abordagem ética além do antropocentrismo. Para isso, adota-se um método comparativo interdisciplinar, combinando filosofia, história e antropologia a fim de examinar como diferentes povos e épocas conceberam essas categorias e suas conseqüências para a ética e a metafísica. A pesquisa inicia-se com uma revisão da filosofia socrática, explorando sua influência no pensamento. Em seguida, discute-se a transição para a modernidade, período em que a racionalidade cartesiana e o iluminismo consolidaram um modelo de sujeito autônomo e desvinculado do meio natural. Essa guinada filosófica permitiu o fortalecimento da distinção entre natureza e cultura, instaurando um regime epistemológico que privilegia a objetivação do mundo e reduz a alteridade a um mero objeto de estudo ou domínio. Em contraponto ao pensamento ocidental, as cosmologias ameríndias são examinadas, pois recusam a separação estrita entre humano e não humano. Ao reconhecer que diferentes seres podem ter pontos de vista distintos sobre a realidade, essas cosmologias questionam a ideia de um único modelo epistemológico válido e introduzem uma multiplicidade de formas de conhecer e habitar o mundo. Com base nessa análise comparativa, a dissertação argumenta que o reconhecimento da diversidade ontológica e epistêmica pode contribuir para um novo entendimento das relações éticas, deslocando-as de um paradigma de dominação e hierarquia para um modelo mais inclusivo e dialógico. A cosmopoiética aqui proposta busca superar as dicotomias impostas pela tradição filosófica ocidental, promovendo uma visão que reconhece a interdependência entre os seres e a necessidade de estabelecer formas de convivência baseadas no respeito às diferenças e à vulnerabilidade compartilhada. A partir dessa perspectiva, a pesquisa oferece uma crítica ao antropocentrismo moderno, ao tempo em que aborda alternativas para a formulação de uma ética contemporânea que esteja à altura dos desafios colocados pela crise ambiental, social e política de nosso tempo.", publisher = {Universidade Católica de Pernambuco}, scholl = {Mestrado em Filosofia}, note = {Departamento de Pós-Graduação} }