@PHDTHESIS{ 2016:339580665, title = {Sexualidade na escola: discursos de alunos, mães e professores}, year = {2016}, url = "http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/868", abstract = "Para Foucault a sexualidade é um dispositivo histórico , ou seja, se constitui no movimento da história, sendo uma invenção social de um determinado tempo. Sua constituição se dá a partir das construções no campo discursivo sobre o sexo que abarca os saberes sobre ele, bem como sua normatização e regulação social através das produções de verdade. Este trabalho busca problematizar os discursos de alunos, mães e professores do Ensino Médio, acerca do tratamento dado às questões de sexualidade na escola. Para isto, tomou para participantes mães, professores e alunos de uma escola pública da rede estadual de ensino de nível médio da cidade do Recife. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa que utiliza como técnicas a observação participante e a entrevista de grupo focal. Os grupos foram formados por professores, mães e alunos da referida escola. Os participantes receberam um estímulo visual de imagens, de pessoas e símbolos, com variadas possibilidades de interpretação sobre o tema sexualidade e em seguida ouviram uma pergunta disparadora: como as questões sobre sexualidade circulam na escola? As discussões foram filmadas apenas para fins de análise, resguardando-se o sigilo total sobre a identidade dos participantes. A riqueza da discussão desse grupo heterogêneo possibilitou a aproximação do assunto com a realidade vivenciada pelos participantes. A construção dos dados indicou, entre outras questões, que os discursos de saber sobre a temática que perpassam os participantes no ambiente escolar priorizam uma sexualidade atravessada pelo discurso médico biologizante, especialmente no que diz respeito aos aspectos preventivos. Além disto, o sexo é tratado como algo que traz consequências predominantemente nocivas ao jovem e não como algo saudável que faz parte da vida, sobretudo no período de descobertas da adolescência. Os participantes referem que os discursos que circulam na escola sobre a temática são contraditórios: ora são incentivadores de uma prática da sexualidade, pois entendem que falar sobre o assunto é estimular a prática sexual, ora visam apenas à prevenção de doenças. Apesar da discussão sobre sexualidade ser considerada pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) como um tema transversal, quando questionados a respeito de quem deveria tratar o tema nas escolas, os professores tendem a delegar esta tarefa a um profissional exterior ao ambiente escolar, sobretudo ao psicólogo. Na escola estas discussões acontecem, predominantemente, nas aulas de biologia e os alunos reforçam a importância deste espaço para tirar dúvidas, pois afirmam não conseguir dialogar abertamente sobre o assunto em casa. Não é comum a frequência dos pais/responsáveis nesta escola, fato que dificultou inicialmente a composição dos grupos. Além disso, em sua formação, contamos apenas com a participação de mães, apesar do convite ter sido feito, também, aos pais. A discussão sobre a sexualidade e seus desdobramentos na escola visa contribuir para novas perspectivas de trato sobre o tema, além de aproximar o diálogo entre pais, professores e alunos de modo que seus discursos não se apresentem como verdades isoladas de cada grupo, mas que possam interagir abrindo o debate para um campo de possibilidades que contribua positivamente para a vivência da sexualidade dos alunos.", publisher = {Universidade Católica de Pernambuco}, scholl = {Doutorado em Psicologia Clínica}, note = {Psicologia Clínica} }