@PHDTHESIS{ 2013:2075074901, title = {Intervenções artística e transtornos psíquicos: possibilidades de diálogos}, year = {2013}, url = "http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/873", abstract = "A arte tem sido apontada como um possível instrumento no tratamento terapêutico de pacientes acometidos de transtornos psíquicos, na medida em que pode desencadear emoções e sentimentos represados no consciente e no inconsciente. Um instrumento que pode despertar subjetividades. Esta tese foi desenvolvida através de uma Residência Artística com pacientes adultos, de ambos os sexos, acometidos de transtornos psíquicos, internados no Hospital Ulysses Pernambucano (HUP) e que frequentavam o Centro de Atividades Terapêuticas (CAT), cujo objetivo é acolher os pacientes e estimular as várias linguagens artísticas. Para tanto, intencionamos, através da Residência Artística, identificar o uso da arte como dispositivo clínico de expressão de subjetividades para pessoas com transtornos psíquicos, com vistas à proposição desta modalidade de tratamento para esses pacientes. O método utilizado foi o cartográfico, adequado para pesquisa de campo visando o estudo de subjetividades. Também foi elaborado um Diário de Campo com o intuito de registrar o passo-a-passo da Residência Artística, do primeiro ao último momento. Fotografias e gravações foram realizadas e, neste último caso, transcrito o seu conteúdo para subsidiar a pesquisa, sendo as informações incluídas no Diário de Campo. A Residência Artística constou de sessões de pintura e desenho, três vezes por semana, no período de setembro de 2011 a maio de 2012, com participação inteiramente voluntária dos pacientes. Foram montados dois cavaletes itinerantes, inicialmente colocados na sala do CAT, sendo transferidos posteriormente para o pátio da instituição. A princípio tímidos e curiosos, os pacientes foram se chegando pouco a pouco, pintavam e desenhavam os motivos que desejavam, utilizando tintas, pinceis, lápis, madeira, papel e tecidos. Concomitante à realização das experiências artísticas, alguns dançavam, cantavam, reclamavam, contavam histórias, escreviam, xingavam, enfim, expressavam as mais diferentes maneiras de ser e estar naquele lugar; emoções represadas que iam sendo destravadas. Uma rica interação artística e interpessoal foi formada, fortes laços de amizade, confiança, motivação, companheirismo, amor. Enquanto pintavam, os pacientes conversavam sobre seus anseios, tristezas, experiências de vida, fatos e acontecimentos significantes para eles, dando contorno à palavra pela arte e à arte pela palavra aos seus diferentes estados de ser . O trabalho artístico resultou em um total de 14 telas pintadas com tinta acrílica, tamanho 2,0x1,60, abordando motivos diversos; foi realizada uma instalação de parede com madeiras pintadas, bem como jogos em madeira, diversos desenhos sobre papel. Os resultados indicam uma sensível mudança no estado psíquico dos pacientes, interação com a equipe de arte/educação, criando laços de amizade e ajuda mútua. Ficou evidente uma melhoria substancial nas atitudes, na motivação e no comportamento de muitos pacientes, denotando que a arte pode ser um importante instrumento como coadjuvante no tratamento desses pacientes. Além disso, a experiência vivida possibilitou ampliar o olhar acerca da dinâmica institucional, sob a ótica das dificuldades enfrentadas para continuar a exercer sua missão, e as modificações necessárias em direção a uma reforma psiquiátrica não excludente, voltada à dignidade de todo ser humano, independente de seus estados de ser.", publisher = {Universidade Católica de Pernambuco}, scholl = {Doutorado em Psicologia Clínica}, note = {Psicologia Clínica} }