@MASTERSTHESIS{ 2018:666965871, title = {Avós que detêm a guarda judicial dos netos: que lugar é esse?}, year = {2018}, url = "http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/1008", abstract = "A crescente expectativa de vida tem proporcionado um prolongamento entre as diferentes gerações de uma mesma família, favorecendo uma maior interação entre avós e netos. Sabe-se que avós já criam seus netos, sem dependência legal comprovada, há muitos anos, contudo, recentemente, tem-se observado o aumento da demanda dessas avós em acessarem o Poder Judiciário para regularizar esta situação fática, devido à necessidade de regularização de um responsável legal, para diversas finalidades. Sendo assim, o presente trabalho teve por objetivo investigar, a partir da perspectiva das avós, o lugar ocupado por elas, no contexto familiar, após o deferimento da guarda judicial de seus netos. Especificamente pretendeu-se analisar os fatores que impulsionaram as avós a assumir a guarda de seus netos, bem como caracterizar os seus sentimentos e necessidades, a partir da transferência das responsabilidades dos pais biológicos às avós, além de compreender como se estrutura a família a partir da obtenção da guarda, identificando os ganhos e as dificuldades advindas dessa situação, e ainda descrever as mudanças que a guarda legal propiciou na vida das avós, com a nova situação legal. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa da qual participaram 5 avós que cuidam dos netos em tempo integral, com idade entre 42 a 64 anos, de nível sócioeconômico médio-baixo, residentes na região metropolitana de Recife e que possuem o documento legal de guarda de seus netos. A pesquisa recebeu a autorização da Juíza da Primeira Vara da Infância e Juventude de Recife. Em um primeiro momento, foi realizada uma análise dos documentos referente aos autos dos processos das famílias selecionadas, dos anos de 2013 a 2015, visando analisar as petições iniciais e pareceres técnicos construídos pelos profissionais que trabalham na Primeira Vara da Infância e Juventude da comarca de Recife, no Núcleo NIAP (Núcleo Integrado de Assessoramento Psicossocial). Em um segundo momento, foi realizada uma Pesquisa de Campo, onde foram utilizados um questionário sóciodemográfico e uma entrevista conduzida de forma semidirigida a partir de um roteiro previamente definido, sendo analisada de acordo com a Técnica de Análise de Conteúdo Temática. Os dados obtidos no presente estudo mostram que as avós vieram a substituir pais falecidos, dependentes químicos ou negligentes. A criação dos netos foi assumida preferencialmente pelas avós porque, na maioria dos casos, elas já eram as responsáveis das crianças, desde seu nascimento. O motivo que fez com que as avós procurassem o Judiciário foi pela ausência dos genitores, entretanto, o que impulsionou as avós a acionarem o Sistema de Justiça foi o receio de que seus netos fossem retirados de seu convívio, já que não havia uma comprovação legal de seus cuidados. Ficou evidente também que, apesar da satisfação na convivência com os netos, existe uma ambivalência afetiva ao estarem ocupando o lugar parental, deixando de ser “simplesmente avós”. Elas passam a assumir uma carga de responsabilidade bastante elevada, principalmente porque esse encargo é legitimado por um Poder que ultrapassa a esfera familiar. Espera-se poder contribuir no sentido de ampliar a compreensão e a visibilidade dessa configuração familiar, como também proporcionar subsídios para o trabalho de profissionais que lidam com as configurações familiares atuais.", publisher = {Universidade Católica de Pernambuco}, scholl = {#500}, note = {#500} }