@PHDTHESIS{ 2018:869484788, title = {A ação clínica do psicólogo diante do desabrigo da angústia.}, year = {2018}, url = "http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/1089", abstract = "Esta tese partiu de inquietações que se apresentaram na experiência clínica da pesquisadora. Em sua prática, o fenômeno da angústia ganhou realce ora enquanto sintoma a ser evitado, ora como disposição afetiva fundamental. Aos poucos, a angústia, enquanto condição constitutiva e de indeterminação originária, foi se mostrando como “libertadora” à medida que rompe a familiaridade cotidiana e desencobre o poder-ser mais próprio. A partir desse horizonte, este trabalho de tese se propôs, de um modo geral, a compreender como se constitui a ação clínica em Psicologia diante do fenômeno da angústia, expresso na queixa/fala dos pacientes. Nessa direção, quatro psicólogas foram convidadas a narrar suas experiências. A análise compreensiva dos fenômenos, que se desvelaram nas narrativas das entrevistas e do diário de bordo da pesquisadora, foi realizada com contribuição da Hermenêutica Filosófica de Gadamer. Em um diálogo com pressupostos fenomenológicos hermenêuticos, a prática do psicólogo se mostrou comprometida a acolher a disposição afetiva da angústia, em seus modos de mostração. Para tanto, o diagnóstico e a medicalização da vida foram interrogados enquanto recursos predominantes que atravessam o campo das práticas clínicas e podem obscurecer a existência. A intervenção do psicólogo foi se distanciando de premissas teorético-explicativas e se aproximando da experiência em sua mostração e vigor. Nesse movimento, revelou-se que a previsibilidade e objetificação, marcas da compreensão do tempo em sua linearidade, são insuficientes para disponibilizar atenção e cuidado às demandas dos pacientes, diante das situações que mobilizam angústia. Por fim, as ressonâncias de tal disposição afetiva se revelaram diretamente no clínico, indicando que a intervenção está atravessada pelo modo como compreende e é mobilizado pela angústia. Esta tese aponta, então, a necessidade de a ação clínica, diante do desabrigo da angústia, sustentar a obscuridade de viver no mundo, acolhendo o desenraizamento, a finitude, os paradoxos e as possibilidades da existência; abrindo, assim, outros modos de corresponder às solicitações da contemporaneidade, sem expectativas e garantia de resultados.", publisher = {Universidade Católica de Pernambuco}, scholl = {Doutorado em Psicologia Clínica}, note = {Departamento de Pós-Graduação} }