@MASTERSTHESIS{ 2018:167032257, title = {A dor crônica: experiência de pacientes em tratamento de fibromialgia.}, year = {2018}, url = "http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/1025", abstract = "Desde séculos passados até hoje a dor e seu valor simbólico não perderam vigor nas discussões científicas. A dor crônica, aqui representada pela fibromialgia, é caracterizada pelo prolongamento da sensação dolorosa no corpo por mais de seis meses. A fibromialgia é conhecida pela sensação de dor, sem que haja um substrato orgânico para respaldar o seu diagnóstico clínico/biomédico. Percebe-se na literatura científica a tendência em abordar a fibromialgia dentro de parâmetros positivistas que, neste caso, têm como principal objetivo atenuar o sintoma visando ao controle da dor. Quais os possíveis efeitos dessa tendência que supostamente perpassa o sujeito da dor, sobre o que remete aos seus significados e às suas relações? Nesta pesquisa buscou-se compreender a experiência da dor, na perspectiva de pacientes em tratamento de fibromialgia, com base no referencial da Teoria Sistêmica. De forma específica, buscou-se conhecer concepções e sentimentos sobre dor, em pacientes diagnosticados e em tratamento com fibromialgia; compreender as condições de possibilidade à experiência com a dor, na reconstrução do processo de descoberta e diagnóstico; identificar a percepção dos sujeitos sobre os modos como a dor vem sendo abordada pelos profissionais de saúde; analisar os modos como a família vem se organizando perante a dor, com base na compreensão da estrutura familiar e sua inter-relação com a dor e o tratamento. Nesta pesquisa de natureza qualitativa participaram cinco mulheres diagnosticadas com fibromialgia há pelo menos um ano. Utilizou-se a entrevista em profundidade como técnica principal, contextualizada por diário de campo visando registros de aspectos intersubjetivos advindos das entrevistas. A análise de conteúdo de Minayo em sua vertente temática auxiliou na compreensão do material construído em campo. No primeiro tema perceberam-se componentes emocionais relacionados a/influenciando a experiência da dor; a presença de eventos traumáticos (no que concerne a perdas, por exemplo) nas primeiras manifestações de dores; condutas adotadas de supressão à dor, ao mesmo tempo em que ocorria movimento de resistência à mudança e uma busca à homeostase. No segundo tema percebeu-se a manutenção de crenças de que a doença manifesta-se em uma instância exclusivamente emocional e/ou física; a medicação como principal terapêutica ofertada para silenciar a dor; dificuldade de profissionais em lidar com questões de ordem subjetiva; pouca procura por espaço que vise um tratamento para além da dor física. Nenhuma das participantes demonstrou interesse por um espaço psicoterápico. Por fim, no terceiro tema foi observado que, de modo geral, as mulheres ocupam uma posição central em suas famílias; sentem-se pouco compreendidas. Também foi observado relações familiares que se retroalimentavam negativamente, facilitando a manutenção do sintoma, as famílias adotam condutas que repercutem numa manutenção de homeostase disfuncional. Esse padrão disfuncional caracteriza-se como um movimento de rigidez contínuo, com poucas oportunidades de mudança e consequentemente de poucas transições dentro dos sistemas, afastando as condições de possibilidade à verdadeira experiência Com esta pesquisa estima-se contribuir para uma assistência integral, refletindo sobre as nuances envolvidas na complexidade da experiência da dor e as relações com a família que perpassam o contexto da fibromialgia e seu tratamento.", publisher = {Universidade Católica de Pernambuco}, scholl = {#500}, note = {#500} }