@PHDTHESIS{ 2018:1119509150, title = {Vários pesos, várias medidas: análise crítica do discurso da mídia em manchetes políticas de capas dos jornais Folha de S. Paulo, O Globo e Jornal do Commercio entre 2015 e 2018.}, year = {2018}, url = "http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/1087", abstract = "O período de 2014 a 2018 no Brasil foi marcado, entre outros assuntos, por escândalos políticos, grave crise econômica e, consequentemente, recessão e desemprego. Os fatos ligados a esses acontecimentos ganharam destaque na mídia em todo o País. Jornais, rádios, TVs e internet foram, e ainda estão sendo, palco de divulgação e repercussão do (a) processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), suas consequências e os embates políticos que se operaram nas ruas e no Congresso Nacional durante e depois do mandato da petista; (b) dos efeitos das prisões, delações e condenações resultantes da Operação Lava Jato; (c) dos escândalos que também atingiram o Governo Temer e (d) dos resultados negativos dos números da economia brasileira, que sofreu recrudescimento no Produto Interno Bruto (PIB) e aumento nos índices de desemprego e (d) da prisão do ex-presidente Lula. Fatos que estão entrelaçados na conjuntura social e política do Brasil e são objeto jornalístico principal dos veículos midiáticos, que operam esses eventos em uma arena de luta para captar audiência e estabelecer discursivamente credibilidade no noticiário. Com base nesse contexto social e político, essa tese tem como objetivo principal compreender como os jornais analisados articulam sentidos linguísticos, discursivos e sociais nas manchetes de capa sobre assuntos relacionados às crises política e econômica. A teoria de base para esse estudo é a Análise Crítica do Discurso (ACD), tendo Fairclough (1992, 1995, 2001, 2004) e Chouliaraki e Fairclough (1999) como principais alicerces teóricos, somando-se a Charaudeau (2006, 2010, 2011) na construção dos pilares da fundamentação. O trabalho também foi construído com relevantes contribuições históricas, conceituais e reflexivas de Jenkins (2009), Ramalho e Resende (2004), Schwarcz e Starling (2015), Wodak (2004), entre outros autores. A pesquisa, de natureza qualitativa e abordagem documental, tem como corpus ampliado as manchetes de capas de jornais sobre assuntos ligados às crises política e econômica de dois jornais nacionais – Folha de S. Paulo e O Globo – e um do estado de Pernambuco – Jornal do Commercio, entre janeiro de 2015 e abril de 2018. Focalizou-se a análise das práticas midiáticas discursivas nos enunciados sobre as crises política e econômica, tendo o texto – verbal e não verbal – como primeiro suporte para a investigação a partir do modelo tridimensional de Fairclough (2001), que permite uma abordagem textual, discursiva e social do objeto em estudo. Avaliamos que: I) os jornais analisados reproduziram os discursos dos fatos ocorridos, criando entre esses fatos uma “intertextualidade temporal”, que anexa discursivamente eventos mesmo que não estejam diretamente ligados; II) mesmo temporalmente ligados, houve uma diferenciação do tratamento discursivo midiático a Dilma Rousseff/Lula e Temer, sendo os dois primeiros vilanizados e o segundo, em que pese também estar envolvido em corrupção, foi minimizado discursivamente quanto às acusações; III) os veículos também alimentaram uma narrativa discursiva que orbitou homogeneamente em determinados assuntos “do momento” (RAMALHO E RESENDE, 2004): crises política e econômica, impeachment, prisões, delações premiadas, condenações na Operação Lava Jato da Polícia Federal (PF) etc. estimular um debate crítico, apesar da mídia tradicional ainda ser o veículo que traz mais confiabilidade, segundo pesquisa Ibope. Não houve, portanto, nas manchetes analisadas, marcas discursivas que apontassem para uma análise aprofundada dos acontecimentos, uma das regras do fazer jornalístico (PENA, 2008). Essa omissão discursiva contribuiu e contribui, no nosso entender, para sustentar a ainda hegemônica assimilação de um cenário aparentemente linear do contexto político-social brasileiro. Desse modo, os veículos midiáticos absorveram e também constituíram a prática social da crise econômica, ressaltando características negativas dos acontecimentos, em detrimento de uma perspectiva interpretativa de origem, causa e consequências dos fatos produzidos pelas hegemonias que transitaram relativamente no poder: Estado, Polícia Federal e segmentos político e empresarial.", publisher = {Universidade Católica de Pernambuco}, scholl = {Doutorado em Ciências da Linguagem}, note = {Departamento de Pós-Graduação} }