@PHDTHESIS{ 2019:612844281, title = {A outra face do reencantamento: o niilismo moderno no pensamento de Lima Vaz.}, year = {2019}, url = "http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/1107", abstract = "O objetivo deste trabalho foi discutir a questão do “revival religioso”, designado de “reencantamento” ou “retorno do sagrado”, para verificar se tal conceito é uma categoria de análise suficiente para compreender o ressurgir atual dos movimentos religiosos, na sua complexa singularidade, seja enquanto respostas existenciais à falta de sentido, causada pela crise de valores da modernidade, seja como testemunhas do desejo humano pela transcendência, na sua incontornável esperança de que a história humana não se esgota no nada. O método utilizado foi o histórico-hermenêutico, que possibilitou uma abordagem dialógica entre as Ciências da Religião, a Sociologia e a Filosofia, no esforço de apreender, compreensivamente, tal fenômeno, que resiste às descrições explicativas, o que faz deste trabalho uma pesquisa singularmente qualitativa. Para alcançar o objetivo, foi necessário compor um quadro referencial sócio-histórico para apreender o fenômeno no amplo contexto das objetivações de tais experiências religiosas, para além das discrições explicativas. Para tanto, foram utilizadas as contribuições de Max Weber, sobre a racionalização ocidental, e a análise de Lima Vaz, acerca do niilismo. Do processo de racionalização, singular no Ocidente, a meta foi verificar como tal fenômeno, gestado no âmago da religião, devém em seu contrário: o desencantamento do mundo. Da análise de Lima Vaz, viu-se que o niilismo também trilhou o caminho do desencantamento e da consequente perda de sentido. Revelando-se como enigma, o niilismo abrigou-se no eixo estrutural do Ocidente moderno, desde que os referenciais normativos da tradição humanista foram substituídos pela subjetividade hipertrofiada do ego cogito, erigida como última fronteira sobre a qual o indivíduo estabelece a verdade dele mesmo e do mundo. O niilismo ético é, pois, a expressão máxima de um enigma que desafia a compreensão da modernidade e, ao mesmo tempo, torna claras suas próprias contradições, porque se trata de uma época que, ao negar os valores transcendentes que nutriam a esperança numa humanidade reconciliada, impõe como fonte de valor o próprio indivíduo, este que em luta para encontrar o sentido da existência recorre ao abrigo das experiências religiosas, signos do desejo humano pela transcendência. Por conseguinte, tendo como pressuposto as análises sobre constituição dos tempos modernos e da crise de sentido causada pelo abandono dos valores transcendentes, entende-se demonstrado que “reencantamento” é uma noção insuficiente para explicar a emergência dos movimentos religiosos, porque tal categoria de análise não dá conta de explicar o lugar da religião, nesse mundo reencantado, em face da força persuasiva dos valores imanentes produzidos pela racionalidade formal e operativa, principal força motriz do progresso. Destarte, caberia indagar, estaria em curso a formação de um novo marco normativo no qual a religião reassumiria o papel de força simbólica geradora de sentido e orientadora da história humana? Que lugar ocuparia a subjetividade, princípio normativo dos tempos modernos, nessa nova configuração? Se o conceito de reencantamento não dá respostas satisfatórias a essas questões, então presume-se necessário recorrer a outras mediações teóricas, caso se pretenda compreender o significado de tal fenômeno na atualidade.", publisher = {Universidade Católica de Pernambuco}, scholl = {Doutorado em Ciências da Religião}, note = {Departamento de Pós-Graduação} }