@PHDTHESIS{ 2019:1397460779, title = {Prematuridade e hospitalização: possibilidades e atravessamentos na constituição da relação mãe-bebê.}, year = {2019}, url = "http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/1138", abstract = "Este estudo consiste em uma pesquisa que enfoca a temática da constituição da relação mãe-bebê pré-termo no contexto hospitalar. Diante das complexidades inerentes à maternidade, no nascimento de um bebê pré-termo entram em jogo outros dois fatores: a hospitalização e a prematuridade. Esse nascimento é caracterizado pela separação prematura entre o bebê e sua mãe. O filho não dispõe em si mesmo da capacidade de sobreviver e os cuidados maternos por si só não são suficientes para permiti-lo. Inserida no processo de constituição da relação entre mãe e filho, a amamentação torna-se outro fator desafiador, pois, diante de sua condição de imaturidade fisiológica, o recém-nascido pré-termo não pode se alimentar diretamente no seio materno ao nascer. O leite materno é considerado o melhor alimento para ele e, para ser alimentado precocemente, é preciso que a mãe o ordenhe. No entanto, estudos apontam dificuldades das mães na produção do leite, no processo da ordenha e na amamentação. Frente ao complexo cenário, a proposição desta pesquisa foi analisar como se constitui a relação entre mãe-bebê pré-termo, envolvendo a amamentação no contexto hospitalar. Na tentativa de responder à proposição, optamos pela Psicanálise e pelo método de observação da relação mãe-bebê de Esther Bick como os referenciais teórico-metodológicos. Foram observadas, ao longo de três meses, três mães e seus bebês no período de internamento hospitalar, no Recife-PE. Como resultados, percebemos que não só o bebê nasce antes do tempo. Refletimos que a mãe também é prematura e precisa de um tempo para elaborar a chegada de um filho que veio atravessado pelo inesperado e que, ao nascer, demandou cuidados específicos do hospital. A instituição hospitalar torna-se um elemento imprescindível para a sobrevivência do bebê. No entanto, esta pode representar tanto uma estrutura de proteção como se colocar como obstáculos entre mãe e filho. Em diversos momentos observados, a equipe se posicionou de modo imperativo e autoritário, com posturas baseadas no poder médico e institucional. Nesse posicionamento, o que prevalecia era a dimensão normativa da instituição. Essa posição potencializou o apagamento das singularidades maternas e de seus filhos, assim como ignorou o saber materno que se construiu na troca com o bebê. As mães observadas, apesar das contingências, conseguiram construir um saber sobre seus filhos e exercer, de modo particular, sua função. Obtiveram, também, sucesso no estabelecimento da amamentação ao longo do internamento hospitalar. Revelaram-nos que independentemente do modo como o leite foi ofertado o importante foi a qualidade da relação prazerosa estabelecida nesse contexto. Esta pesquisa alerta, portanto, para a necessidade de reconhecer que no internamento hospitalar não se presta apenas cuidados ao bebê pré-termo em busca de sua sobrevivência, mas também se constitui uma relação particular entre mãe e filho, legitimada pelo saber materno no exercício de sua função. Nesse sentido, o reconhecimento desses aspectos, a postura ética, de acolhimento e de sustentação técnica e psíquica, descolada dos imperativos do dever e dos julgamentos morais, contribui para o processo de humanização do bebê e pode, inclusive, colaborar com as metas determinadas pelos protocolos hospitalares.", publisher = {Universidade Católica de Pernambuco}, scholl = {Doutorado em Psicologia Clínica}, note = {Departamento de Pós-Graduação} }