@MASTERSTHESIS{ 2019:61566077, title = {Tecendo "nós": um estudo psicanalítico sobre a amizade entre jovens em contexto de violências extremas.}, year = {2019}, url = "http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/1163", abstract = "O presente estudo está inserido no campo da pesquisa de fenômenos sociais e políticos, a partir dos referenciais teóricos e epistemológicos da Psicanálise, tendo como objetivo principal verificar as potencialidades de vínculos de amizade entre jovens privados de liberdade, em condições de violências extremas, e compreender suas formas de expressão. Pernambuco tem figurado entre os estados da federação brasileira com os maiores índices de óbito de jovens nas unidades de privação ou restrição de liberdade, sendo o conflito interpessoal uma das causas mais frequentes. Assim, em face do alto risco pessoal e social vivenciado pelos jovens “em conflito com a lei”, pensamos na amizade enquanto potência “subversiva” de transformação social e individual, capaz de produzir outras formas de sociabilidade, em que a pluralidade, o dissenso e o próprio conflito sejam propulsores da vida coletiva. Nesse sentido, interrogamos se era possível, para esses jovens, inseridos em um contexto de violências e agressões constantes, tecer relações amistosas, e como os laços de amizade emergiam e se mantinham nessas circunstâncias. Buscando alcançar tais questões, traçamos como objetivos específicos: identificar as estratégias de apoio mútuo utilizadas entre pares no contexto da privação de liberdade, analisar as vivências e os sentidos atribuídos à amizade por esses jovens e apreender suas motivações/justificativas para a prática de violências e agressões recíprocas durante o cumprimento da medida socioeducativa de internação. Para tanto, realizamos pesquisa de campo em Unidade da Fundação de Atendimento Socioeducativo de Pernambuco – FUNASE, com jovens do sexo masculino, na faixa etária de 17 a 19 anos, sentenciados ao cumprimento da medida socioeducativa de internação. A produção de “dados” se fez, primordialmente, a partir de Entrevista Semiestruturada, individual e audiogravada, com quatro jovens que integravam o projeto de música da Unidade. Anteriormente às entrevistas, participamos de alguns ensaios da Banda, utilizando Diário de Campo. Quanto aos procedimentos analíticos, o material produzido em três das entrevistas realizadas foi interpretado pelo método da pesquisa com/em psicanálise. A fundamentação teórica foi desenvolvida após a análise dos dados de pesquisa, tendo como interlocutores basilares S. Freud e D.W. Winnicott. Os resultados indicaram que, na Unidade em estudo, a convivência em um contexto de agressões e violências constantes desfavorece os vínculos criativos com o outro, incluindo os laços de amizade, dado o encurtamento do “espaço intermediário” estabelecido entre os jovens. Por outro lado, no espaço e na temporalidade da Banda, os participantes experienciavam a dinâmica da “área transicional” – o brincar, o brincar compartilhado e a experiência cultural, estando presentes os processos de ligação, próprios ao trabalho do pré-consciente, como a sublimação e a simbolização, o que lhes possibilitava, ao menos, um “ensaio” de amizade.", publisher = {Universidade Católica de Pernambuco}, scholl = {Mestrado em Psicologia Clínica}, note = {Departamento de Pós-Graduação} }