@MASTERSTHESIS{ 2019:1560401356, title = {Eu, tu, elas: os atravessamentos dos discursos de gênero na medicalização do sofrimento psíquico de mulheres.}, year = {2019}, url = "http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/1253", abstract = "Os estudos sobre a medicalização do sofrimento psíquico sob o recorte de gênero tornam-se urgentes quando temos alguns discursos dominantes sobre gênero que colocam as mulheres frequentemente em posição de maior subordinação. Além disso, tais discursos cristalizam os modos de subjetivação das mulheres, fazendo com que parte de suas histórias seja perpassada por um tipo de violência sutilmente disseminado através de vários dispositivos e tecnologias sociais, por vezes legitimados pelo discurso médico. Propusemos nesse trabalho, problematizar os atravessamentos dos discursos de gênero na medicalização do sofrimento psíquico de mulheres que fazem uso de benzodiazepínicos (BZD). A pesquisa teve delineamento qualitativo, e foram feitas entrevistas narrativas com nove mulheres entre setembro e outubro de 2018. A pergunta disparadora da entrevista foi: “O que te levou a fazer uso do BZD?”. A leitura das narrativas foi baseada na análise dos enunciados com inspiração foucaultiana. Foi percebido nas narrativas produzidas pelas participantes o quanto a prática de alguns profissionais da saúde ainda é muito permeada por um olhar biologizante, individualista e universalizante. A complexidade histórica é, frequentemente, deixada de lado em favorecimento de diagnósticos objetivos e supostamente neutros e prescrições medicamentosas; os profissionais acabam por assumir um discurso disciplinador e docilizador dos modos de subjetivação de mulheres. Também foi possível perceber as tensões presentes nas mulheres, entre movimentos de resistência e de assujeitamento à medicalização, bem como forças de reiteração e de ruptura por parte de alguns profissionais da saúde; um jogo de poderes que nos revelou o quanto somos todos restringidos por uma série de normas regulatórias, mas também potencialmente subversivos. É nessa posição de subversão que encontramos espaço para propor uma forma mais ampliada e complexificada de compreender o sofrimento psíquico que abarque a rede de saber/poder que modela os sujeitos e, deste modo, tecer uma clínica que acolha tais mulheres e seus sofrimentos psíquicos com comprometimento ético, estético e político.", publisher = {Universidade Católica de Pernambuco}, scholl = {Mestrado em Psicologia Clínica}, note = {Departamento de Pós-Graduação} }