@PHDTHESIS{ 2019:1883871116, title = {Ifatinuké entre-lugares, embarques e desembarques em costas brasileiras e africanas: um estudo sobre representação indenitária na religião de matriz iorubá/nagô, em Pernambuco.}, year = {2019}, url = "http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/1259", abstract = "Esta tese teve como objetivo investigar a partir da representação identitária do xangô pernambucano a história confiscada de Ifatinuké, a africana fundadora da casa-matriz iorubá/nagô de Recife e a detentora do título de proprietária do imóvel, em que funciona até a atualidade, com a denominação de Sítio de Pai Adão. Nesse processo foi observada a dissonância nas narrativas orais e também nos registros etnográficos, a partir da década de 1930, onde Ifatinuké, Tia Inês, sobressai, apenas como um 'mito' de origem estabelecido, retirando o pioneirismo e o protagonismo da real mantenedora do Terreiro de Ogunté e o direito ancestral das suas memórias. Assim, partindo das pesquisas bibliográficas e das entrelinhas do "não dito", a metodologia que deu conta de analisar, comparar e coordenar os dados resultantes desta pesquisa foi o paradigma indiciário de Carlo Ginzburg. O paradigma indiciário implica examinar os pormenores mais negligenciáveis, propondo, com esse método, dezenas e dezenas de novas perspectivas, que trouxeram à visibilidade a linha do tempo de Ifatinuké, diluída no esquecimento, através de registros documentais, certidões, jornais, tendo o clã adamita como articulador do discurso de ser o Babalorixá, Felippe Sabino da Costa (Pai Adão), o autêntico fundador do Terreiro de Ogunté. O percurso teórico-conceitual foi estabelecido a partir de Roger Chartier, estabelecendo um diálogo com diversos pensadores que funcionaram de maneira integrada, revelando traços desse tecido religioso e suas nuances periféricas. O enfoque conceitual inicialmente acontece em torno das representações que, segundo Chartier, não são discursos neutros: produzem estratégias e práticas tendentes a impor uma autoridade, uma deferência, e mesmo a legitimar escolhas, sendo certo que elas se colocam no campo da concorrência e da luta. Este estudo não se restringiu apenas ao relato historiográfico no ir e vir entre margens atlânticas, mas na observância de que tais desempenhos entre-lugares (Homi Bhabha) desses sujeitos históricos, foram imperiosos para a composição da representação identitária do conjunto de características que definem o grupo "étnico" iorubá/nagô no Brasil. Para trabalhar as nuances de uma presumível trajetória de Tia Inês, foram elencados sacerdotes viajantes transatlânticos, sendo seus rastros e indícios (re)construídos e (re)significados a partir da pesquisa bibliográfica, dos registros documentais, entremeados pela oralidade, tendo como foco o trânsito para Pernambuco, nas travessias entre Lagos, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco e vice-versa, vislumbrando, dentre tais figuras, pontos comuns que remeteram à fundadora da casamatriz de Pernambuco iorubá/nagô, a africana liberta Ifatinuké, Ignez Joaquina da Costa, mais conhecida por Tia Inês. Nesse contexto, atribuindo o lugar por direito legal e religioso da memória ancestral de Ifatinuké, diante das afirmações historiográficas no ano do seu centenário de morte (1919 - 2019).", publisher = {Universidade Católica de Pernambuco}, scholl = {Doutorado em Ciências da Religião}, note = {Departamento de Pós-Graduação} }