@PHDTHESIS{ 2020:170907616, title = {Por uma clínica psicanalítica possível na esclerose lateral amiotrófica.}, year = {2020}, url = "http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/1323", abstract = "A tese de doutoramento “Por uma clínica psicanalítica possível na Esclerose Lateral Amiotrófica” reflete sobre a possibilidade de uma clínica, de perspectiva psicanalítica, junto a pessoas acometidas pela doença neurodegenerativa Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) em estado de disartria/anartria, também chamado síndrome do encarceramento. A partir de uma posição clínica de escuta, erigida mediante a invenção histórica do sofrimento psíquico e sob o referencial teórico-epistemológico da Psicopatologia Fundamental, colocamo-nos frente ao páthos - a experiência de sofrimento do sujeito - no contexto da doença física de modo a considerar o corpo silenciado enquanto corpo pático. Considerando o atendimento psicanalítico de pacientes neurológicos, situamos dentre as afecções neurológicas na categoria das Doenças do Neurônio Motor, o dramático diagnóstico da ELA como um destino que perspectiva para o sujeito a condição de “prisioneiro em seu próprio corpo”. Em seguida, sob o ponto de vista da Psicanálise e da psicologia clínica, levantamos as questões da comunicabilidade no acompanhamento de pacientes cujo quadro avançado frequentemente impõe a perda da fala. Em se tratando de uma pesquisa qualitativa em Psicopatologia Fundamental e Psicanálise, buscamos promover um diálogo transdiscursivo entre as diferentes abordagens sobre o psicopatológico dado na condição de corpo na ELA. Partimos assim do objetivo de investigar as possibilidades de uma clínica psicanalítica junto a sujeitos acometidos pela ELA em situação de síndrome do encarceramento. Foram participantes da pesquisa seis profissionais terapeutas, quatro psicanalistas e dois psicólogos de orientação psicanalítica/psicodinâmica, com experiência de atendimento clínico de pessoas acometidas pela ELA. A amostragem deu-se por critério de conveniência e incluiu psicanalistas e psicólogos clínicos que declararam atuar com base psicodinâmica/psicanalítica que já tenham atendido ou estejam atendendo pacientes diagnosticados de ELA com disartria/anartria. Tais profissionais eram residentes nas cidades de Maceió, Recife, São Paulo e Rio de Janeiro que por meio de uma entrevista semiestruturada deram um depoimento livre a partir perguntas disparadoras como: a) em sua experiência com o atendimento de sujeitos acometidos pela ELA em condição de disartria/anartria você atua com o método psicanalítico? De que modo?; e b) considerando as técnicas/métodos/estratégias que você usa com esses pacientes, o que pode ser identificado como sendo próprio da Psicanálise? Por quê? Os depoimentos foram analisados à luz de uma reflexão com alguns aportes teóricos da Psicanálise como o método e a transferência em Freud, as inovações técnicas de Ferénczi, como o tato e a presença sensível, e a linguagem, o Simbólico e o Real em Lacan, acrescido da noção de pulsão escópica. Enfim consideramos que a clínica psicanalítica possível para sujeitos acometidos pela ELA é uma “clínica de mosaico”, cuja montagem singular implica a articulação de diferentes recursos e estratégias onde a técnica se sustenta pela transferência. Concluímos que é um olhar psicanalítico e uma escuta psicanalítica enquanto acolhimento, que pressupõem a construção desse mosaico da clínica possível na ELA onde o olhar propriamente dito se faz escuta na ausência da palavra.", publisher = {Universidade Católica de Pernambuco}, scholl = {Doutorado em Psicologia Clínica}, note = {Departamento de Pós-Graduação} }