@MASTERSTHESIS{ 2020:1880079438, title = {A fé dos novos ateus: uma análise sobre o discurso neoateísta e sua influência na academia.}, year = {2020}, url = "http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/1376", abstract = "Os ataques de 11 de setembro de 2001 provocaram um forte crescimento do sentimento antirreligioso no mundo. Em seguida ocorreu uma sucessão de publicações e reedições de livros de autores militantes do ateísmo atacando toda e qualquer forma de Religião. Escritores como Richard Dawkins, Daniel Dennett, Christopher Hitchens e Sam Harris passaram a vender milhões de livros e entraram na lista de best-sellers em vários países. Esse conjunto de fatores colaborou para o ressurgimento de uma forma de ateísmo mais agressivo e radical, que atualmente tem sido chamado de “novo ateísmo” ou “neoateísmo”. A presente dissertação tem três objetivos principais: a) conhecer a origem e o desenvolvimento do discurso neoateísta; b) averiguar o embasamento científico desse discurso sob a perspectiva de descobertas no campo da Genética; e c) compreender a influência do discurso dos novos ateus e o modo como ele mantém sua hegemonia no sistema superior de ensino. Na primeira e na terceira parte da disseratação foi utilizado o método descrito por Foucault, que afirma que uma análise mais abrangente e assertiva de um discurso exige dois aspectos complementares: a “perspectiva genealógica” e a “perspectiva crítica”. Já na segunda parte, o método utilizado foi o de revisão bibliográfica de estudos a respeito do código genético. Os resultados revelaram que a origem do discurso e do próprio movimento neoateísta situa-se na segunda metade do séc. XIX, e que esse discurso veio atender a um sentimento antirreligioso que prevalecia entre os mais influentes cientistas da época. A “vontade de verdade” desse período fez com que rapidamente esse discurso fosse elevado à posição de hegemônico na Academia. Pesquisas empíricas e conclusões de muitos cientistas demonstraram também que várias das alegações relacionadas com a Genética que são utilizadas no discurso dos novos ateus já foram refutadas e hoje podem ser consideradas mitos científicos. Constatou-se, ainda, que o discurso do novo ateísmo faz uso dos quatro grandes sistemas de exclusão descritos por Foucault, são eles: a interdição da palavra, a segregação pela loucura, a rarefação e o controle da produção de disciplinas. Observou-se também que a carência de embasamento científico do discurso neoateísta exigiu de seus membros uma aceitação dogmática e quase inquestionável de suas afirmações cientificistas, cobrando de seus signatários uma postura antiteísta “fundamentalista”. Por fim, os resultados da presente pesquisa demonstraram que a hegemonia do discurso neoateu traz prejuízos ao desenvolvimento da Ciência e que a teodiceia propagada por eles é, na verdade, um discurso perigoso que pode representar um grande risco à liberdade religiosa.", publisher = {Universidade Católica de Pernambuco}, scholl = {Mestrado em Ciências da Religião}, note = {Departamento de Pós-Graduação} }