@PHDTHESIS{ 2021:1782963030, title = {A adoção e o enfrentamento do desejo de filhos e de ser mãe em casos de infertilidade biológica.}, year = {2021}, url = "http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/1489", abstract = "Hoje, no século XXI, muito foi dito, mas também muito ainda resta a dizer no que se refere ao que quer uma mulher. Diante dessa cisma duradoura, propusemo-nos, fazendo um recorte, a trabalhar com mulheres inférteis biologicamente, que encontraram na adoção possibilidades para lidar com o desejo de ter filhos e de ser mãe. O trabalho está conduzido, portanto, com base em três perguntas: Por que as mulheres querem ter filhos? Dentro da escolha por ter filhos, o que faz com que elas insistam no caminho biológico? Quais as significações da insistência no biológico para a mulher infértil? Visando dialogar com essas questões, realizou-se uma investigação orientada pelo campo teórico-metodológico da psicanálise freudiana e lacaniana, assim como por outros construtos teóricos pertencentes a distintas áreas do saber e da história. O levantamento da literatura sobre o tema foi articulado e problematizado junto aos achados em entrevistas narrativas com três mães e mulheres que aceitaram contar suas histórias desde o desejo de filho até a adoção. Ao analisar as narrativas tivemos como foco a dimensão subjetiva de suas produções e também o entendimento de que a busca por respostas precisava acontecer no um a um, com o adendo de que reduzir toda mulher à mãe seria equivalente a propor ideais inadequados à modernidade. Como resultado, observou-se que há uma diversidade de desejos e demandas que envolvem a infertilidade e a adoção, e que tornam inviável a delimitação de um único enredo. Nesse sentido, a sustentação teórica contribuiu para pensar que a adoção não ocupa sempre o lugar de última opção, podendo ser tanto entrada como saída para um sujeito; podendo ser decisão e solução, ou ainda elaboração de desejo. Ademais, observou-se que a exploração da subjetividade e do corpo feminino na tentativa de produzir uma filiação biológica traz implicações psíquicas que marcam a história das mulheres e também as suas relações. É preciso considerar, nesse contexto, que não apenas “a mulher” não existe, mas também as mães são múltiplas, não se repetem, porque se constroem a partir de sua parentalidade e da singularidade que as estrutura. Sendo assim, não se encontram verdades universais nem na medicina, nem na psicologia, tampouco na psicanálise, quando o assunto é desejo. Assim, o que se pode dizer é que para ser mãe é preciso desejar sê-lo, o que permite extrapolar o narcisismo da humanidade que busca a imortalidade, e abre espaço para a filiação socioafetiva, tentando fazer-se mãe, em sua importância, pelos caminhos da adoção, do amor e do cuidado. Espera-se, com essas considerações, que o presente trabalho possa contribuir para os estudos sobre mulheres, mães, infertilidade e adoção, dentro e fora do campo psicanalítico.", publisher = {Universidade Católica de Pernambuco}, scholl = {Doutorado em Psicologia Clínica}, note = {Departamento de Pós-Graduação} }