@MASTERSTHESIS{ 2022:1630300087, title = {Os fios que tecem o coração partido: compreensão fenomenológica hermenêutica da experiência de sofrimento em-situação de rompimento do par amoroso.}, year = {2022}, url = "http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/1563", abstract = "O objetivo geral desta pesquisa foi compreender a experiência de sofrimento que acompanha o rompimento do par amoroso à luz de pressupostos da fenomenologia hermenêutica de Martin Heidegger. De início, contextualizei o fenômeno conceituado como luto, sendo esta a possibilidade compreensiva para a qual se dirigem as compreensões tradicionais relacionadas à perda significativa, a partir da interrogação do modo de ser deste ente que somos, o Dasein; problematizei a experiência do amor em suas determinações históricas, tendo em vista o caráter finito de todas as nossas possibilidades de ser; e, por fim, busquei compreender a relação entre a perda do par amoroso e o sofrimento existencial no diálogo com as experiências dos(as) colaboradores(as) que comigo teceram os fios do coração partido. A situação hermenêutica, como proposta por Heidegger, guiou este caminhar em torno de uma abordagem metódica para o método fenomenológico hermenêutico: na reconstrução dos pontos de vista na tradição que atravessam o fenômeno interrogado; na desconstrução destes sentidos como perspectiva, questionando as condições de possibilidade de suas aparições no tempo; e na construção de um novo olhar, cujo horizonte delineia-se em uma dimensão existencial. Foram entrevistados(as) quatro adultos(as) que experimentaram a dissolução da convivência amorosa e que declararam ter sido esta dissolução acompanhada de sofrimento. Cheguei a estes colaboradores(as) intencionalmente por meio da indicação de profissionais psicoterapeutas que os estavam atendendo há pelo menos três meses. Por três oportunidades, recorri à entrevista sincrônica on-line, enquanto o último encontro fora realizado presencialmente. Utilizei como instrumentos de pesquisa a entrevista narrativa, enquanto recurso não estruturado para recolhimento das experiências, e o diário de campo compreendido fenomenologicamente como diário de bordo. As entrevistas com os colaboradores(as) foram analisadas à luz dos pressupostos heideggerianos e sob inspiração da hermenêutica filosófica de Gadamer. Foi possível compreender que tais sofrimentos constituem uma passagem como transição na qual os(as) colaboradores(as), diante dos rearranjos forçados e impostos pela irrupção do novo tecido existencial que se apresentam em torno do rompimento, são tomados por tonalidades afetivas muito específicas e que a situação hermenêutica ajuda a compreendê-las nas experiências narradas. Passagem essa em que modos de organização espaço-tempo-corporal dos(as) colaboradores(as) se apresentam também de modos muito específicos e que, por isso mesmo, fogem a qualquer pretensa tentativa de teorização ou universalização. Foi possível considerar, ainda, o horizonte de uma clínica que interpele e seja, a um só tempo, interpelada pela condição humana do paciente, tal como ela se mostra no dizer do seu sofrimento. Uma clínica em virtude da qual o clínico, ao sustentar uma disponibilidade radical à relação, acompanhe o desvelar da situação hermenêutica do(a) paciente como possibilidade de desenrijecimento dos impositivos da tradição que por ele são acolhidos e que, portanto, determinam os seus modos de ser e de sofrer. Portanto, não uma clínica previamente postulada especificamente para as situações de luto, mas uma clínica que, nascendo das condições de emergência do encontro terapêutico, se desvele no caminho mesmo que dele emana.", publisher = {Universidade Católica de Pernambuco}, scholl = {Mestrado em Psicologia Clínica}, note = {Departamento de Pós-Graduação} }