@PHDTHESIS{ 2023:1280028142, title = {Sistema de (in)justiça criminal e "IDS" liquidadas: LGBTQIA+ em prisões pernambucanas.}, year = {2023}, url = "http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/1715", abstract = "Neste estudo procurei compreender, a partir de um trabalho de campo etnográfico multissituado, as formas de gestão dos corpos dissidentes de gênero e sexualidade dentro de penitenciárias masculinas e em que medida os documentos, sobretudo os autos processuais, (re)produzem a lógica do Sistema de Justiça Criminal, diversa daquela vivenciada no interior dos espaços carcerários. Portanto, o principal objetivo é analisar como vidas LGBTQIA+ são geridas em prisões masculinas, ambiente que é, ao mesmo tempo, de constrição e de agência. O campo de pesquisa narrativa aconteceu em quatro unidades prisionais, e, considerando que a prisão é um espaço de confinamento fabricador de relações, busquei acessar nas entrevistas e conversas com as pessoas presas narrativas acerca daquilo que atravessava as suas vidas e participava de seus conflitos, também entender como as normas de gênero e sexualidade eram acionadas em meio aos processos de negociação, disputa, enquadramento, sujeição e agenciamento. Para o campo de pesquisa documental, analisei vários tipos de documentos acerca do encarceramento de pessoas LGBTQIA+, tais como normativas, autos processuais, atas de audiências, relatórios ministeriais de inspeção e relatórios de projetos desenvolvidos em unidades prisionais do estado pernambucano. A multissitualidade deveu-se, para além da combinação de variadas técnicas de investigação utilizadas para o acesso dos dados, ao acesso a diferentes instâncias e processos de estado, diferentes contextos etnográficos, com interlocutoras(es) também bastante diferentes entre si. O estudo revelou que pessoas LGBTQIA+ vivenciam experiências únicas em estabelecimentos penitenciários masculinos e recebem punição adicional. A verdade é que a prisão era exatamente o que faltava para liquidar de vez suas identidades, mesmo que, por algumas vezes, reafirmasse-nas precariamente e violentamente – “IDs” liquidadas. Esse “dado” apareceu em todos os caminhos ofertados pelo campo de pesquisa. Acredito que o presente estudo represente um importante passo para o enfrentamento da lógica violenta e heteronormativa produzida pelo sistema de (in)justiça criminal sobre os corpos dissidentes. Para tanto, a criminologia crítica, sobretudo em seu direcionamento queer, instalou um campo de reflexão inovador para pensar e complexificar os processsos de criminalização, vitimização e as condições de cárcere.", publisher = {Universidade Católica de Pernambuco}, scholl = {Doutorado em Direito}, note = {Departamento de Pós-Graduação} }