@MASTERSTHESIS{ 2010:1130823986, title = {A inserção e ação dos psicólogos em projetos sociais}, year = {2010}, url = "http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/126", abstract = "o convite para trabalhar como psicóloga em um projeto vinculado a um programa de responsabilidade social, de uma empresa de telefonia móvel, foi o ponto de partida para iniciarmos uma reflexão sobre essa nova prática. Nosso não envolvimento no início desse projeto, a indicação de manter uma neutralidade (observação não¬participante) nos nossos primeiros encontros com o grupo, a falta de uma discussão com as crianças, adolescentes e pais sobre o trabalho a ser desenvolvido e a cobrança em realizarmos dinâmicas para formar a identidade de um grupo que não possuía sequer um local adequado de trabalho ou, pelo menos, um lugar onde o grupo pudesse realizar suas atividades foram algumas das indagações que surgiram no decorrer do processo e que nos fizeram ir à busca de referências bibliográficas que dessem conta de nossas inquietações. Porém, para nossa surpresa, era escassa a bibliografia que contemplasse a práxis do psicólogo nesses programas. Esta se restringia, inicialmente, à área administrativa e de marketing. Essa constatação nos instigou a pesquisar como os psicólogos estão desenvolvendo seus trabalhos nos projetos sociais, tomando-se o nosso objetivo principal: investigar a inserção e ação dos psicólogos em projetos sociais. Para atingir esse objetivo fez-se necessário mapear as Organizações Não-Governamentais (ONG) na cidade do Recife, que possuíssem projetos sociais. Através deste mapeamento, foram escolhidas seis ONG as quais dispõem de psicólogos desenvolvendo sua prática profissional em projetos sociais. Considerando a pouca literatura sobre o tema e a compreensão de que os fenômenos acontecem no momento da interação entre o pesquisador e aquilo que é pesquisado, fez-se necessário uma pesquisa de campo, para a qual utilizamos como instrumento, a entrevista semidirigida. O roteiro da entrevista foi construído baseando-se em eixos temáticos, tendo como eixo norteador os objetivos propostos. A compreensão dos conteúdos que emergiram nas entrevistas nos levou a constatar que a maioria dos projetos sociais desenvolve um conjunto de ações educativas e preventivas: desde a elaboração até a coordenação, supervisão e assessoramento dos próprios projetos sociais, sem deixar de mencionar, construção da identidade cidadã, promoção de cultura, geração alternativa de renda, atenção à saúde, formação de lideranças comunitárias, discussão sobre sexo, gênero e diversidade sexual, atuação estratégica institucional, sustentabilidade política, gestão ou participação em espaços políticos, agenciamento de políticas públicas, elaboração de campanhas educativas e preventivas, docência, administração de setores executivos e de saúde, promoção de palestras, representação da instituição, dentre outras. O trabalho interdisciplinar mostrou-se como pano de fundo de todas as ações. Para tanto, alguns desafios foram citados quase unanimamente, dentre eles: falta de financiamentos dos projetos para manutenção e pagamento de honorários de uma equipe especializada, falta de apoio governamental, necessidade de um maior posicionamento e comprometimento ético por parte dos profissionais. Observou-se, também, que apesar de uma crescente demanda para o serviço de psicologia, ainda prevalece como modelo a prática que se realiza em consultórios particulares. Entretanto, é relevante ressaltar que já emergem tendências, na psicologia, para a busca de modelos comunitários que possam efetivamente contemplar o humano em uma perspectiva psicossocial e transdisciplinar. De uma maneira geral, os profissionais participantes dessa pesquisa acreditam que a presença do psicólogo nesses projetos possibilita uma melhor compreensão do lado humano e das relações, facilita uma visão ampla e horizontal da realidade, valoriza o trabalho interdisciplinar, permite o atendimento de uma demanda que apresenta várias carências e sofrimentos psíquicos ocasionados, também, pela vulnerabilidade social e enfatiza a criação de vínculos, além de alimentar uma constante reflexão e re-construção do saber psicológico. Nesse sentido, podemos afirmar que a prática no social exige um maior envolvimento e comprometimento ético e político do psicólogo, independente da especificidade do projeto social, da ação realizada ou da metodologia utilizada. Para tanto, é essencial que os projetos incluam em suas metas a capacitação profissional, a construção de uma rede parceira, o trabalho interdisciplinar, a necessidade do apoio governamental e de financiamentos implicados com o todo organizacional. Pretende-se que os resultados desta pesquisa possam contribuir para a formação de uma postura crítica e reflexiva sobre a ação do psicólogo em projetos sociais, de forma a lhe oferecer subsídios para uma ação voltada às necessidades da população que demanda pelos serviços. Também aspiramos 'a que, através desta pesquisa, pautada nas experiências traduzidas pelos participantes, consigamos promover trocas que possibilitem um maior empoderamento dos psicólogos que atuam no social", publisher = {Universidade Católica de Pernambuco}, scholl = {Mestrado em Psicologia Clínica}, note = {Psicologia Clínica} }