@MASTERSTHESIS{ 2007:727387627, title = {Recursos lingüísticos e paralingüísticos na clínica fonoaudiológica do autismo}, year = {2007}, url = "http://tede2.unicap.br:8080/handle/tede/661", abstract = "Nos dias atuais, a clínica fonoaudiológica brasileira, com pacientes autistas, ainda permanece impregnada do uso de procedimentos corretivos/normativos, visando fundamentalmente à comunicação. Assumindo um afastamento dessa percepção objetivista, segmentada e comportamentalista, e adotando uma concepção mais subjetiva (onde se valoriza o particular) de linguagem como forma de ação e do jogo interacional como uma construção conjunta da significação, investigou-se, nesse estudo o papel dos recursos lingüísticos verbais, prosódicos e paralingüísticos na construção da linguagem da criança autista, na clínica fonoaudiológica. Especificamente, esta pesquisa teve como objetivo investigar o papel dos aspectos lingüísticos verbais (marcadores conversacionais basicamente interacionais e seqüenciadores), lingüísticos prosódicos (alongamentos vocálicos, entonações, alterações no ritmo, alterações na altura vocal) e paralingüísticos (a cinésica, a tacêsica, a proxêmica, a correção, o parafraseamento, a repetição, a pausa, a hesitação, a interrupção e o silêncio) na construção da linguagem da criança autista. Verificou-se, também, como objetivos específicos, a incidência do uso de elementos lingüísticos verbais, lingüísticos prosódicos e paralingüísticos na relação fonoaudiólogo/criança autista na prática fonoaudiológica. Os participantes do estudo foram duas fonoaudiólogas e seus pacientes, de 08 e 12 anos, com diagnóstico de autismo, caracterizados nesse estudo como díade 1 e 2. A coleta de dados foi feita semanalmente, através de gravações de vídeo dos atendimentos fonoaudiológicos. Os dados foram interpretados com base na transcrição das gravações de vídeo, e nos recortes discursivos, como propostos pela Análise da Conversação. Os resultados mostraram o papel desempenhado pelos recursos lingüísticos verbais, prosódicos e paralingüísticos nas interações dialogadas, tanto nos turnos das terapeutas como nos turnos dos sujeitos. Observou-se um equilíbrio na utilização dos recursos pesquisados nos turnos das terapeutas e um desequilíbrio, como maior prevalência de utilização dos recursos paralingüísticos nos turnos dos sujeitos. De forma complementar, verificou-se a ocorrência de ecolalias nos turnos das crianças. Tendo em vista sua semelhança com as repetições, recurso fundamental na elaboração do texto falado, recorreu-se à observação minuciosa das gravações de vídeo, no intuito de se estabelecer uma diferenciação entre tais recursos. Percebeu-se que, nas crianças autistas pesquisadas, a diferenciação entre a repetição e a ecolalia centrava-se em três características nas emissões ecolálicas: ausência de contato visual, atividade motora constante e reprodução fiel de recursos como alongamento vocálico, entonação e alteração de tom. Como conclusão, percebeu-se que os recursos lingüísticos verbais e prosódicos desempenharam o papel de articular os segmentos do discurso, destacar aspectos importantes do texto falado, facilitar a compreensão, orientar o interlocutor durante a interação, traduzir o estado emocional dos interactantes e facilitar o acesso ao significado do discurso. Os recursos paralingüísticos operaram no processamento do texto falado, na organização do pensamento dos interactantes, na delimitação dos tópicos, na ênfase, e chamaram a atenção de forma decisiva na manutenção da interação. Destaca-se, ainda, que a utilização equilibrada dos recursos estudados, como observada nos turnos das terapeutas, permitiu uma melhor formulação do texto falado. Constatou-se, também, que, diante do imediatismo da interação face a face, é extremamente difícil estabelecer a diferença entre a ecolalia e a repetição, sugerindo, portanto, que ambas devam ser significadas no processo terapêutico, permitindo ao seu usuário maiores possibilidades discursivas", publisher = {Universidade Católica de Pernambuco}, scholl = {Mestrado em Ciências da Linguagem}, note = {Ciências da Linguagem} }